Em 2023, uma grande rede do setor alimentício passou a divulgar em suas campanhas publicitárias que todos os seus fornecedores adotavam boas práticas ambientais e respeito pleno à legislação ambiental. Posteriormente, uma investigação do Ministério Público Federal constatou que parte desses fornecedores mantinha atividades de desmatamento ilegal em área de proteção permanente e utilizava mão de obra em condições degradantes. Após a instauração de procedimento administrativo, a empresa alegou que não poderia ser responsabilizada, porque não executava diretamente o dano ambiental, e que sua atuação limitava-se à compra de insumos, não havendo relação jurídica direta com os ilícitos cometidos pelos fornecedores. Considerando a responsabilidade socioambiental corporativa, os princípios constitucionais da ordem econômica e o regime jurídico da proteção ambiental no Brasil, assinale a opção correta: a. A responsabilização ambiental de empresa que não executa diretamente o dano somente é possível se houver prova de culpa, não sendo aplicável responsabilidade objetiva. b. A empresa não pode ser responsabilizada, pois não foi autora direta do dano ambiental, sendo juridicamente impossível estender a responsabilidade ambiental à cadeia produtiva. c. A responsabilização empresarial somente seria possível se a empresa tivesse participação direta na execução material do desmatamento, o que não ocorreu no caso concreto. d. A responsabilidade socioambiental diz respeito apenas à imagem institucional, não havendo dever jurídico de monitoramento ou diligência quanto aos fornecedores. e. A empresa pode ser responsabilizada, pois a proteção ambiental tem natureza difusa, alcançando toda a cadeia produtiva, impondo-se dever de diligência ativa e responsabilidade solidária