Considera-se um ato ilegal quando este é expedido sem a observância dos requisitos indispensáveis a sua validade, ou seja, agente competente para a prática do ato, forma própria e correta para a prática do ato, finalidade do interesse público e motivo existente.
Por abuso de poder deve-se entender quando a autoridade pública ao desempenhar determinado ato, ultrapassa aos limites ou a suas atribuições legais.
Na realidade conforme se pode verificar, a expressão “abuso de poder” é dispensável para fins de configuração das hipóteses ensejadoras do mandado de segurança, vez que sempre que configurado o “abuso de poder”, também, por conseqüência direta, estaria configurado a “ilegalidade” do ato, autorizando a impetração do mandado de segurança.
Nathalia Masson ensina que “a redação constitucional pertinente ao mandado de segurança faz menção ao termo "ilegalidade" e à locução "abuso de poder". O vocábulo refere-se à ilegalidade em sentido amplo, que abrange a ilegalidade propriamente dica, bem como os aros praticados com excesso de poder, e também os praticados com desvio de finalidade.” (Manual de Direito Constitucional. 4ª ed. pg. 421)
Bernardo Gonçalves, por sua vez, assim leciona: “Ilegalidade ou abuso de poder. É mister que o ato seja dotado de ilegalidade (entendida de forma ampla como violação no que diz respeito a: norma constitucional, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos, resoluções, editais de concurso decretos regulamentares etc) ou abuso de poder (entendido como uma ilegalidade que vai além dos parâmetros e limites permitidos por lei). E, segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial, esse ato pode tanto ser vinculado como discricionário (este, sobretudo, no que diz respeito a alguns pressupostos, como, por exemplo, aos elementos de competência, forma e finalidade, existindo resistência da doutrina e da jurisprudência apenas no que diz respeito ao cabimento de mandamus para atacar o mérito dos atos administrativos discricionários, ou seja, seus elementos motivo e objeto. Assim, o Judiciário, conforme corrente majoritária, só pode controlar a legalidade dos atos administrativos discricionários de outros Poderes, mas não pode controlar o mérito dos mesmos)”. (Curso de Direito Constitucional. 9ª ed. pg. 574).
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