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TEXTO I Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita inventada no cabelo. ROSA, J. G. Fita verde no cabelo (nova velha história). Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998. TEXTO II Hoje, eu sei: meu pai tinha perdido os Nortes. Ele vislumbrava coisas que ninguém mais reconhecia. Essas aparições aconteciam, sobretudo, nas grandes ventanias que, em setembro, varrem as savanas. O vento era, para Silvestre, uma dança de fantasmas. As árvores, ventadas, convertiam-se em pessoas, eram mortos que se lamentavam, a querer arrancar as suas próprias raízes. Assim falava Silvestre Vitalício, enclausurado no quarto barricado atrás de janelas e portas, à espera que a bonança chegasse. O vento está cheio de doenças, o vento é, todo ele, uma contagiosa enfermidade. Nesses dias de tempestade, o velho não autorizava que ninguém saísse do quarto. Convocava-me para ficar a seu lado, e eu tentava, em vão, engordar silêncios. COUTO, M. Antes de nascer o mundo. São Paulo: Companhia das
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Fabio Alves Faria

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