Husserl tenta mostrar nesse argumento que o próprio entendimento do que são fatos extrapola o âmbito das características factuais para um domínio de necessidade eidética. Esse último domínio é então desvelado como aquele em que se reconhecem atributos gerais necessários, as essências sem as quais nem mesmo seria possível discriminar os diferentes tipos de fatos. Afinal, não só a contingência aparecerá como característica eidética dos fatos. Husserl defende que cada fato comporta vários atributos passíveis de apreensão geral, os quais justamente permitem reconhecê-lo como fato de tal espécie e não de outra. Considerem, por exemplo, um som qualquer. Por mais contingente que um som seja (quer dizer, por mais que ocorra em determinadas circunstâncias que poderiam ser outras), deve haver certas características necessária para que simplesmente seja reconhecido como som e não como cheiro, por exemplo. Um som particular porta, assim, os atributos da espécie "som em geral", a qual, por sua vez, se subsume à espécie mais genérica "dado sensível", e assim por diante. Considerando as informações apresentadas e a teoria husserliana, analise as afirmativas a seguir: I. Para Husserl, o acesso direto às ideias se dá intuitivamente, por meio da intencionalidade que constrói as vivências sem a necessidade do entendimento. II. Para Husserl, as vivências intuitivas descrevem os limites da construção de contextos de sentido que interferem nos modos de apreensão da realidade. III. Para Husserl, a intenção e os modos não intelectuais de apreensão da realidade fazem os contextos através dos quais os significados podem ser construídos. IV. Para Husserl, a intuição sensível é responsável pelo acesso às coisas mesmas, isto é, as essências dependem de uma vivência direta dos corpos ao mundo. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se afirma em: