, o relatório da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (ADEPOL, 2025) confirma esse quadro crítico. De um total de 4.470 inquéritos de homicídio doloso instaurados, apenas 1.566 foram remetidos ao juízo competente, resultando em uma taxa de elucidação de 35%. No caso dos feminicídios, de 121 inquéritos abertos em 2024, apenas 80 foram concluídos e encaminhados ao poder judiciário. Tais números evidenciam um sistema de investigação com baixa produtividade e forte defasagem estrutural. A pesquisa também aponta um déficit expressivo de efetivo policial: atualmente há 301 cargos vagos de delegado, 437 de escrivão e 3.208 de investigador, de um total previsto em lei de 6.440 cargos. Para mitigar esse problema, a Lei Estadual nº 14.816, de 22 de janeiro de 2025, criou 500 novos cargos de delegado, 1.460 de investigador e 437 de escrivão, mas o impacto ainda é insuficiente para suprir a carência acumulada ao longo de anos de negligência institucional.