Pais neuróticos, filhos neuróticos?

Para a psicanálise Neuróticos todos nós somos, na melhor das hipóteses. Senão seriamos perversos ou psicóticos.

Estudos têm mostrado que existe uma permeabilidade entre a psique de uma criança e a da mãe, uma espécie de “osmose” que permite a passagem de idéias e afetos da mãe para a criança. Embora muito do que é transmitido possa ser saudável e normal para a criança em desenvolvimento, esse obviamente não é o caso do trauma. Nesse cenário, o que é transmitido à criança pela mãe pode interferir no crescimento psicológico da criança e no desenvolvimento da identidade.

Em muitos casos, as crianças entendem intuitivamente o que aconteceu com seus pais. Segredos de família podem sair pela culatra porque nada é realmente escondido. Esta passagem osmótica de informação entre gerações é de alguma forma plantada subconscientemente em crianças.

E muitas vezes o que aconteceu é escondido porque é inaceitável. Reconhecer é admitir a dor e o trauma. Mas as crianças sabem e às vezes revivem esse mesmo trauma, como se, de alguma forma, terminassem o negócio da família.