Qual a diferença entre legislação ordinária e legislação constitucional ?

A lei constitucional está no topo da ordem juríca (como mostra a piramide de kelsen), devendo, todas as demais normas, obedecerem o mandamento constitucional. Já a lei ordinária, infraconstitucional, situa-se, hierarquicamente, abaixo das normas constitucionais, e a elas devem respeito. As leis complementares (leis que complementam a constituição), estão no mesmo patamar das leis ordinárias,porém tratam de matria um pouco mais relevante.

A legislação constitucional é aquela constante na Constituição Federal de 1988, tratando de matéria constitucional, sendo criada pelo constituinte originário ou pelo constituinte derivado por meio de emendas, ou de revisão.

A legislação constitucional tem status hierarquico superior às outras normas do ordenamento jurídico.

No caso das emendas, a proposta deve ser de iniciativa de 1/3 dos parlamentares da Câmara, ou do Senado; do Presidente da República; ou de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, se manifestando, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros.

A Constituição brasileira adotou um modelo rígido, e determinou que há uma parte de suas normas não pode ser modificada nunca (cláusulas pétreas), e uma outra parte em que pode ser alterada pelo mais trabalhoso processo legislativo previsto na Constituição: uma PEC deve ser votada em cada casa do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) em dois turnos, e sua aprovação precisa se dar por 3/5 dos congressistas de cada casa parlamentar. Importante também lembrar que, por ser a mais alta manifestação da soberania popular, a PEC não é promulgada pelo Presidente da República e, portanto, não pode ser por ele vetada. A PEC é promulgada pelas Mesas da Câmara e do Senado. 

A legislação ordinária é aquela que, segundo a própria legislação constitucional, deve tratar de matéria infraconstitucional que não é reservada à lei complementar.

Tem status hierarquico inferior a legislação constitucional.

A iniciativa das leis ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos.

Tem processo legislativo mais simplificado, sendo votadas apenas uma vez em cada casa legislativa, e promulgadas pelo Presidente da República, que pode vetá-las, ou seja, impedir que virem lei. A lei ordinária deve ser aprovada pela maioria simples dos parlamentares votantes na sessão, desde que estejam presentes a maioria absoluta (metade mais um) deles.