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Sobre Reintegração de posse:

Cuida-se de ação de reintegração de posse, ajuizada pelo ESPÓLIO DE FÁBIO PEREIRA NEVES, representado por sua inventariante NIRALDA ROCHA GOMES, em desfavor de VIVIANE RUBEM CAMPOS, partes qualificadas nos autos. Narra o autor que Fábio Pereira Neves, em 05.12.1986, adquiriu o lote nº 11, situado no Condomínio Mestre D'Armas, módulo C, Planaltina/DF. Afirma que, no final do ano de 2014, devido ao seu estado de saúde, Fábio Pereira Neves e sua esposa, Niralda Rocha, viajaram para a Bahia, tendo aquele falecido na data de 18.01.2015. Alegou que, quando Niralda Rocha retornou ao Distrito Federal, foi surpreendida com a informação de que o lote de seu marido fora invadido pela ré. Aduz que registrou o fato junto à 16ª Delegacia de Polícia, salientando, que, no curso das investigações, procedeu-se à oitiva da requerida, a qual apresentou um documento de cessão de direitos sobre o lote objeto do presente feito com nítidos elementos de falsificação. Em sede de antecipação de tutela, requer a expedição de mandado de reintegração na posse, e, no mérito, a confirmação da liminar e a condenação da requerida ao pagamento de indenização mensal, a título de aluguel, no valor de R$ 1.000,00 a partir de dezembro de 2014, data em que houve o esbulho, bem como a determinação de demolição das edificações realizadas no lote. Pugna pela concessão do benefício de gratuidade de justiça e pela prioridade de tramitação do feito de acordo com a disposição do Estatuto do Idoso. Com a inicial, vieram os documentos de fls. 08/66. Em decisão de fl. 67, o benefício da gratuidade justiça foi concedido ao autor, além de ter sido indeferida a liminar requerida.

Citada (fl. 68-v), a ré apresentou contestação às fls. 74/81 e documentos às fls. 71 e 82/100. Suscita, em preliminar, a inépcia da inicial, e, no mérito, alega que comprou de Fábio Pereira Neves o lote objeto da presente demanda. Salienta que Fábio Pereira Neves não exercia a posse do bem. Argumenta que reside no lote com sua família e que Niralda Rocha Gomes jamais exerceu posse sobre o referido imóvel. Requer a extinção do processo sem resolução do mérito, e, subsidiariamente, a improcedência dos pedidos deduzidos na inicial com a condenação do autor nas sanções de litigância de má-fé.

O autor apresentou réplica às fls. 104/114, requerendo a condenação da ré em litigância de má-fé.

Encontra-se registrado nesse mesmo boletim que a ré, quando abordada pelos policiais, no primeiro momento, disso ter invadido o imóvel, mudando sua versão na Delegacia, quando apresentou o termo de cessão. Conclui-se, portanto, que o de cujus, conquanto não exercesse a posse direta do bem, a exercia de maneira indireta, murando o terreno e pagando os Impostos e Taxas relativos ao imóvel.

Cabe lembrar que, havendo justo título a assegurar ao autor a sua posse, não se mostra aceitável a argumentação de que a questão deveria ser resolvida em favor daquele que faticamente exerceria os atos de posse sobre a coisa, notadamente quando esses atos decorreram da invasão do imóvel. Assim, infere-se que a posse da requerida afigura-se posse clandestina, injusta, tendo obrigação de restituí-la ao titular, já que o esbulho se caracteriza a partir do momento em que o ocupante do imóvel se nega a atender ao reclamo dos reais possuidores, permanecendo no imóvel.

Logo, verifico a satisfação dos requisitos do artigo 550, do CPC, e, portanto, a procedência da ação de reintegração de posse é medida que se impõe. Ante o exposto, CONHEÇO e DOU

PROVIMENTO à apelação, julgando procedentes os pedidos contidos na inicial e determinando que o autor seja reintegrado no imóvel, no prazo de 30 dias, sob pena de desocupação compulsória do imóvel. Inverto os ônus da sucumbência, que ficam suspensos em razão da gratuidade de justiça concedida ao autor à fl. 67.

 

 

 

Pergunta-se:

1) Quem tem legitimidade ad causam ativa e passiva para mover a ação de reintegração de posse?

2) Os requisitos para concessão do pedido liminar de reintegração de posse foram preenchidos pela parte autora? Identifique-os e os correlacione ao caso concreto.

3) A ação foi movida no juízo competente? Justifique sua resposta.

4) O juiz em primeiro grau de jurisdição concedeu o pedido possessório à parte autora?

5) Interposto o recurso de apelação, especifique se este foi provido ou não, abordando a fundamentação jurídica do Relator.

💡 1 Resposta

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Manoel Atenaldo

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