(Juiz Substituto MG 2004/2005) João compra de Mário determinado bem, sendo o preço fixado para pagamento a prazo. Vencido o prazo, João pediu prorrogação, mas Mário dele exigiu nota promissória, com o mesmo valor, com nova data de pagamento, mas sem qualquer ressalva. Não sendo pago o título na data aprazada, Mário pediu a rescisão do contrato, com a devolução do bem, apresentando a nota promissória nos autos. Qual seria a decisão CORRETA do Juiz. Justifique a sua resposta.
RESPOSTA:
Deve decretar a rescisão do negócio, sob fundamento de que, não havendo ressalva e não tendo intenção do credor de fazer circular o título, houve simplesmente confirmação da obrigação e não novação.
Mário, em razão do inadimplemento relativo e da concessão de prazo por mera liberalidade, buscou apenas reforçar as garantias de que dispunha, justamente para se prevenir de eventual inadimplemento futuro.
Assim, não se operou a novação, que se dá nos casos do art. 360, do CC:
"Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este."
Logo, não tendo ânimo de novar, a segunda obrigação (nota promissória) apenas confirmou a primeira (obrigação de pagar):
"Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira."
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