Em que momentos as normas jurídicas necessitarão de uma regulamentação?
As normas precisam de regulamentação quando se trata de uma norma não auto-executavel. Ou seja, quando se tratar de uma norma de eficácia contida (parte dela depende de regulamentação para que seja aplicada), ou de uma norma de eficacia limitada (precisa de uma lei posterior para ter aplicabilidade).
Uma norma pode ser de eficácia plena, possuindo aplicabilidade imediata, direta e integral, apta, portanto, a produzir todos os seus efeitos desde sua entrada em vigor, independente de norma integrativa.
Pode ainda ser de eficácia contida ou prospectiva, tendo aplicabilidade direta e imediata, mas possivelmente não integral (embora tenham condições de produzir todos os seus efeitos, poderá norma infraconstitucional reduzir a sua abrangência). Enquanto não materializado o fator de restrição, a norma tem eficácia plena.
Ex: o art. 5.º, XIII, da CF/88, assegura ser livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer (qualificações esssas que irão reduzir a amplitude do direito assegurado).
Por último, a norma pode ser de eficácia limitada; é aquela que, de imediato, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de uma lei integrativa infraconstitucional (diz-se de aplicabilidade mediata e reduzida, ou diferida).
Ex: art.7.º, XX (proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei).
Cabe ao Legislativo elaborar as leis integrativas que haverão de “completar” aquelas normas cuja eficácia não é imediata, não havendo, porém, prazo ou momento certo dentro do qual isso tenha de ser feito. Claro que, se a falta de integração prejudicar a concretização de direito, o indivíduo poderá tomar as medidas cabíveis, como, por exemplo, impetrar mandado de injunção com vistas a ter seu direito regulado e efetivado, mas este é um assunto a parte.
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Direito Constitucional I
•UNIDERP - ANHANGUERA
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