A única da história brasileira que é Material - Em seu artigo 178, essa Constituição determinava que somente era constitucional seus dispositivos que diziam respeito aos “limites, e atribuições respectivas dos Poderes Políticos, e aos Direitos Políticos, e individuais dos Cidadãos“.
Fonte: http://direitoconstitucional.blog.br/classificacao-da-constituicao-quanto-a-origem-e-ao-conteudo/
Classificação das Constituições:
As constituições possuem diversas classificações: quanto ao conteúdo, forma, elaboração, origem, extensão, função, ideologia e sistematização, etc. Explicando cada conceito, quanto às classificações mais comuns, temos o seguinte:
1.Quanto ao CONTEÚDO
Material: possui apenas conteúdo constitucional.
Formal: além de possuir matéria constitucional, possui outros assuntos, não importa o seu conteúdo, mas a forma através da qual foi aprovada (ex.: art. 242, § 2º, CRFB/88 que trata do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro).
2.Quanto à FORMA
Escrita: documento solene.
Não escrita (costumeira): decorre dos costumes da sociedade (tradição). Ex. Inglaterra.
3.Quanto ao MODO DE ELABORAÇÃO
Dogmática: fruto de um trabalho legislativo específico. Reflete os dogmas de um momento específico da história. Todas as Constituições brasileiras foram dogmáticas, inclusive a de 1988.
Histórica: fruto de uma lenta evolução histórica. Ex.: Inglaterra.
4.Quanto à ORIGEM
Promulgada: democrática, feita pelos representantes do povo. Constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988.
Outorgada: imposta ao povo pelo governante. Constituições brasileiras de 1824 (Dom Pedro I), 1937 (Getúlio Vargas), 1967 (militares), Emenda Constitucional 1 de 1969.
Cesarista (bonapatista): feita pelo governante e submetida à apreciação do povo mediante referendo.
Pactuada (dualista): fruto do acordo entre duas forças políticas de um país. Ex.: magna carta de 1215.
5.Quanto à EXTENSÃO
Sintética: resumida, concisa, trata apenas dos temas principais. Ex.: Constituição dos Estados Unidos de 1787.
Analítica: prolixa, repetitiva, entra em detalhes de várias instituições.
6.Quanto à MUTABILIDADE/ESTABILIDADE
Rígidas: processo de produção ou alteração mais difícil;
Flexíveis: processo de produção ou alteração igual ao das leis infraconstitucionais;
Semirrígidas: parte rígida e parte flexível; Ex.: Constituição brasileira de 1824);
Superrígidas: imutável, não admite alteração.
Outras características citadas pela doutrina:
7.Quanto à FUNÇÃO/FINALIDADE (José Joaquim Gomes Canotilho)
Garantia: limita-se a fixar os direitos e garantias fundamentais (carta declaratória de direitos).
Dirigente: além de prever os direitos fundamentais, fixa metas estatais (direção). Ex.: art. 3º, CRFB/88 (objetivos da República).
7.Quanto à IDEOLOGIA
Ortodoxa: fixa uma única ideologia estatal. Ex.: China, ex-URSS.
Eclética: permite a coexistência de ideologias diversas. Ex.: art. 1º, CRFB/88 (tem como fundamento da República o pluralismo político).
8.Quanto à SISTEMATIZAÇÃO
Unitária (codificada): formada por um único documento.
Variada: formada por mais de um documento. Obs: No Brasil alguns tratados internacionais sobre direitos humanos têm natureza de norma constitucional, conforme previsto no art. 5º, § 3º, CRFB/88 (a partir da Emenda Constitucional 45 de 2004).
A constituição brasileira de 1988 é formal, escrita, dogmática, promulgada ( democrática), analítica, rígida. Além disso, é uma constituição dirigente, eclética e variada.
Já quanto à classificação da constituição de 1824, quanto ao aspecto formal ou material, frise-se que, apesar de existir a separação entre o aspecto formal e material da Constituição, tudo nela contida é norma constitucional. Segundo Paulo Bonavides, é impossível referir-se à Constitição levando em consideração apenas o seu aspecto real (material) ou formal (escrita) vistos isoladamente. Ele diz que as duas devem estar em sintonia, num sistema em que ambas interagem e se modificam.(Bonavides, 2006).
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