CONTINUAÇÃO...
reconhecer que são portadores de dignidade e lhes garantir tratamento justo". Deste modo, é correto afirmar que os animais são detentores de personalidade jurídica?
Lyra
não, somente pessoas físicas e jurídicas têm personalidade jurídica. a questão dos animais no direito é muito controvertida. Existem 2 óticas: a) utilitarista e b) ecocentrismo. Os utilitaristas, que me parece que ainda são majoritários, entendem que os animais são instrumentos para a satisfação da necessidade do homem..assim..você os protege como forma de satisfação de uma necessidade, seja presente ou futura. se você olhar atentamente a legislação ambiental brasileira verá, por exemplo, que admite-se o uso de animais em experimentos, desde que não seja possível atender 'as necessidades humanas de outra forma. b) o ecocentrismo entende que os animais são um fim em si mesmos, ele não existem para satisfazer o homem, os animas tem dignidade. Os ecocentristas se apoiam no art 225 da CF para dizer que não é possível submeter os animais a crueldade - veja que no art 225 não se menciona a questão da utilidade para os homens. A Cf que manda..você nao pode interpreta-la a luz da legislação ordinária, é o contrário que deve ocorrer...por isso abre-se o espaço par aa discussão. Apontada essa divergência, que é mais afeta ao direito ambiental do que ao direito privado, em rela~ção ao direito civil... inegavelmente os animais não possuem personalidade jurídica... sua natureza, inclusive, quando pertecenr 'a alguem é bem jurídico, patrimônio, um semovente.
André Luis Albino de Moraes Marques
Muito boa a resposta de Lyra, mas deixo uma questão a ser refletida quanto a teoria utilitarista, se os animais são instrumentos para a satisfação da necessidade do homem, porque surgiram animais antes da própria existência humana?
Claramente, uma teoria um tanto egocêntrica...
Lyra
Sim...concordo André, e coloco que esse tipo de reflexão faz parte de um processo. Veja: o homem entendia que a terra era o centro do universo..então a ciência evoluiu e concluiu que a terra é uma planeta insignificante no universo, Não sendo sequer o astro mais importante de um sistema. Posteriormente o homem abusou de tudo que existia no mundo, sobretudo pós revolução industrial. Problemas climáticos, falta de recursos hídricos, poluição no grandes centros urbanos conduziram à celebração de Convenções sobre éspecies ameaçadas de extinção, sobre proteção da biodiversidade, e sobre desenvolvimento sustentável (fase conhecida como consciencia ecologica globalmente difundida). O problema para a superação da concepção utilitarista é um conflito. Quando falamos em direito ambiental não podemos ser românticos e utópicos, querendo preservar e conservar tudo. O homem tem necessidades econômicas. Por isso hoje fala-se muito em desenvolvimento sustentável - que, a meu ver, é um equilibrio na tensão crescimento econ6omico e proteção ambiental (dificil de alcançar ne!? na teoria é lindo). Esse conflito utilarismo x ecocentrismo é muito interessante e de dificil solução, mas concordo que o ser humano é, e talvez sempre será, egocêntrico. No Ministerio Público de SP tem vários promotores que defendem essa bandeira do ecocentrismo, dentre eles destaco Laerte Levai... houve um caso, salvo engano na região de sao jose dos campos, em que o MPSP fechou um abatedouro que fazia o chamado "abate mulçumano" - para essa religião o bovino precisa sangrar até a morte para que ele possa ser consumido. Há um forte interesse economico nesse tipo de abate, pois agrega muito valor a carne, contudo entende-se que expõe o animal a crueldade. Hoje todo abate precisa ser "humanizado" - sem dor.
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