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Assinale a alternativa correta:

A) No campo da lei de drogas, o entendimento da jurisprudência é de que, o crime tipificado no art. 28 caput da Lei 11.343/06 (porte de droga para consumo pessoal), é mais rigoroso do que a figura antigamente prevista na Lei 6368/76, caracterizando-se uma novatio legis in pejus e, portanto, não retroagindo para alcançar fatos cometidos sob a vigência da lei antiga.

B) A neocriminalização pode atingir situações consumadas antes da sua entrada em vigor.

C) As leis intermitentes não possuem ultratividade.

D) A nova lei que aumenta o prazo prescricional de um crime anteriormente vigente é sempre considerada uma Lex Gravior.

E) Pela teoria da ponderação diferenciada, considerada a complexidade de cada uma das leis em conflito no tempo, acaba-se por não se aplicar, no caso em concreto, disposições de duas leis.

💡 2 Respostas

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Gabriel Perles

C)As leis intermitentes são as auto revogáveis, nao? Então se o crime acontece durante a vigência dela(clássico exemplo da piracema) a lei retroage, apesar de não ser mais aplicável para fatos posteriores ao seu tempo de vigência. Então há sim retroatividade.

B) Neocriminalização é tipificação de condutas até então atípicas, sabendo disso é óbvio que não abrange as situações anteriores a sua entrada em vigor.

 

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Luciana

Na verdade, o art. 28 da Lei Antidrogas é mais benéfico do que o crime da lei anterior que previa detenção de 6 meses a dois anos e o pagamento de 20 a 50 dias multa. Trata-se portanto de novatio legis in mellius já que pela lei 11.343/06 o porte para uso próprio não mais traz sanção privativa de liberdade. É, portanto, retroativa.

Pelo Princípio da Legalidade, mais propriamente seu subprincípio da Anterioridade previsto tanto no art. 5º, XXXIX da CF quanto no art. 1º do CP não há crime sem lei anterior que o defina, portanto a neocriminalização não atinge fatos consumados antes de sua entrada em vigor - irretroatividade da lei penal maléfica.

Lei intermitente, excepcional ou temporária é ultrativa, sendo os fatos praticados durante sua vigência punidos mesmo depois de seu fim - art. 3º, CP. Caso não fosse seria impossível sancionar os crimes cometidos na iminência de seu vencimento. Há, contudo, autores que entendem que não é ultrativa, já que permanecem em vigor por tempo indeterminado, sendo que o que acabou foi o período por ela estipulado ou a situação excepcional. Mas prevalece o entendimento de que é ultrativa.

Pela Teoria da Ponderação Diferenciada é possível ao magistrado em, havendo sucessão de leis penais em que parte da lei nova é benéfica ao réu e parte é prejudicial, selecionar apenas a parte favorável da lei nova, aplicando-se ao réu o restante da lei antiga em uma combinação de leis. Portanto, configura aplicação no caso concreto de disposição de duas leis, o que para muitos cria uma "terceira lei". 

Portanto, a alternativa correta é a letra D, já que o aumento do prazo prescricional configura aumento do tempo para o exercício do "ius puniendi" (pretensão punitiva) por parte do Estado, sendo sempre desfavorável ao réu.

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