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qual a diferença entre filosofia e sociologia?

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Julianne silva

A sociologia é a preocupação e conhecimento com a sociedade,ela se dedica a fazer boas perguntas sobre a vida social,sobre o conjunto de relações que as pessoas estabelecem quando vivem juntas. É uma complexidade do mundo social.

A filosofia se preocupa com a busca da verdade,ela se dedica a perguntar sobre o mundo e tudo que nos cerca,estuda a atitude filosófica,reflexão filosófica,podemos dizer que a filosofia surge quando o ser humano começa a exigir provas e justificativas as crenças cotidianas.

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LR

A seguir consta a definição de ‘filosofia’ e ‘sociologia’, em respectivos tópicos.

1) FILOSOFIA:

O sentido original de ‘filosofia’, atribuído a Pitágoras, é o “amor pela sabedoria, experimentado apenas pelo ser humano consciente de sua própria ignorância” (HOUAISS, 2009: 897). Ao longo dos séculos a definição do que é filosofia tomou novos formatos e dimensões, mas há dois aspectos constantes que a Filosofia é implicada: “1.° posse ou aquisição de um conhecimento que seja, ao mesmo tempo, o mais válido e o mais amplo possível; 2.° uso desse conhecimento em benefício do homem” (ABBAGNANO, 2007: 514). Alguns definições:

  • Segundo Platão, Filosofia é a “investigação da dimensão essencial e ontológica do mundo real, ultrapassando a opinião irrefletida do senso comum que se mantém cativa da realidade empírica das aparências sensíveis” (HOUAISS, 2009: 897). Em outras palavras, “é o uso do saber em proveito do homem”, “de nada serviria possuir a capacidade de transformar pedras em outro a quem não soubesse utilizar o outro, de nada serviria uma ciência que tornasse imortal a quem não soubesse utilizar a imortalidade, e assim por diante”, em resumo então, “é necessário, por tanto, uma ciência em que coincidam fazer e saber utilizar o que é feito, e essa ciência é a Filosofia” (ABBAGNANO, 2007: 514).
  • Segundo Descartes, o termo filosofia “ ‘significa o estudo da sabedoria, e por sabedoria não se entende somente a prudência nas coisas, mas um perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode conhecer, tanto para a conduta de sua vida quanto para a conservação de sua saúde e a invenção de todas as artes’” (ABBAGNANO, 2007: 514).
  • Segundo Hobbes, a filosofia “é, por um lado, o conhecimento causal e, por outro, a utilização desse conhecimento em benefício do homem” (ABBAGNANO, 2007: 514).
  • Segundo Kant, “o conceito cósmico da F. [ler ‘filosofia’] (o conceito de interessa necessariamente a todos os homens)” é “o de ‘ciência da relação do conhecimento à finalidade essencial da razão humana’”, e essa “finalidade essencial é a ‘felicidade universal’”, o que significa dizer que “a F. ‘relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência’” (ABBAGNANO, 2007: 514).

Em resumo: “Os elementos encontrados na definição de F. considerada apta a constituir o quadro das principais articulações dos significados desse termo constituem por si mesmos as primeiras dessas articulações. Em outras palavras, é possível distinguir os significados historicamente dados desse termo: 1.° com relação à natureza e a validade do conhecimento ao qual a F. se refere; 2.° com relação à natureza alvo para o qual a F. pretende dirigir o uso desse saber; 3.° com relação à natureza do procedimento que se considera próprio da filosofia.” (ABBAGNANO, 2007: 515).

2) SOCIOLOGIA:

Genericamente compreende-se por sociologia, o “estudo científico da organização e do funcionamento das sociedades humanas e das leis fundamentais que regem as relações sociais e as instituições” (HOUAISS, 2009: 1762). Mas especificamente, sendo a Sociologia “a ciência da sociedade, entendendo-se por sociedade o campo das relações intersubjetivas” (ABBAGNANO, 2007: 1083), entende-se então tratar de “qualquer tipo ou espécie de análise empírica ou teórica que se refira aos fatos sociais, ou seja, às efetivas relações inter-subjetivas, em oposição às ‘filosóficas’ ou ‘metafísicas’ da sociedade, que pretendem explicar a natureza da sociedade como um todo, independentemente dos fatos e de modo definitivo” (ABBAGNANO, 2007: 1083).

  • Durkheim, em As regras do método sociológico (1966), define que compete a sociologia exclusivamente o estudo do fato social, e que este fato deve ter o status de coisa, caso contrário não se trata de um fato, e assim não deve ser tomado como objeto de estudos. Ser coisa é ser um fenômeno externo e ao mesmo tempo generalizado. Generalizado porque tal fenômeno deve ter certo nível de recorrência no conjunto da sociedade. Externo porque deve ser algo afastado das consciências individuais, ou seja, algo independente das manifestações isoladas. Em um país onde o sistema de governo organiza-se em torno de eleições periódicas, as eleições, ou mesmo o sistema de governo como um todo, seria um fato social? A democracia é um fenômeno naturalizado no conjunto de uma determinada sociedade, os períodos eleitorais são momentos não apenas normais, como esperados. Caso um único indivíduo não concorde com esta forma de organização acarretará em um golpe de Estado? Em uma mudança organizativa? Segundo Durkheim, não, o indivíduo isolado não é capaz de sobrepor sua opinião a esta estrutura já dada por haver nela uma poder coercitivo, uma força imperativa, que pode ter uma origem naturalizada por meios como os costumes, a educação, a família, ou uma origem da coerção mais violenta que se manifesta pelo uso repressivo do exército ou da polícia, em cumprimento do que a justiça e seus “interpretes autorizados” determinam (DURKHEIM, 1966: 2). Por ser algo generalizado e independente da consciência individual, o exemplo dado tem status de coisa, tem a solidez necessária para ser considerado um fato social, e assim ser relevante em uma pesquisa sociológica.
  • Marx e Weber (além de Dukheim) são considerados os patronos da sociologia e por isso devem ser mencionados aqui. Por eles, e tantos outros de menor vulto, “O poder, o Estado, o dever político, são vistos como elementos do ‘social’, quer representem uma ‘função’ na sociedade civil, quer revelem, em vez disso em forma institucional, a coercitividade como elemento da ‘luta de classes’.” (BOBBIO, 1993: 1217).

Em resumo: “É possível distinguir dois conceitos fundamentais da S. [ler sociologia], sucessivos no tempo: 1.° S. sintética (ou sistemática), cujo objetivo é a totalidade dos fenômenos sociais a serem estudados em seu conjunto, em duas leis; 2.° S. analítica, cujo objetivo são grupos ou aspectos particulares dos fenômenos sociais, a partir dos quais são feitas generalizações oportunas. Nesta segunda fase, a S. fragmenta-se numa multiplicidade de correntes de investigação e tem certa dificuldade para reencontrar sua unidade conceitual.” (ABBAGNANO, 2007: 1083).

Referências Bibliográficas:

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 4ed, 1966.

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.

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