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Pode a parte recusar-se a submeter-se a uma inspeção judicial? Justifique.

O que o Juiz pode fazer caso a parte se recuse a submeter-se a uma inspeção judicial? 

💡 2 Respostas

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Francielli Galvão Penariol

A teor do que dispõe o art. 340, II, do Código de Processo Civil, a parte tem o dever de submeter-se à inspeção judicial. Entretanto, parcela considerável da doutrina, conforme relata Fredie Didier, reconhece à parte o direito de não ser inspecionada nos casos do art. 347, do Código de Processo Civil – casos de escusa do depoimento pessoal e, outrossim, nos casos do art. 363, do mesmo diploma processual – regras que excluem o dever de exibir documentos ou coisas[7]. Tratam-se das escusas legítimas do dever de submeter-se à inspeção judicial.

Não obstante, se a parte se recusa imotivadamente à inspeção judicial, não é dado ao Estado Juiz coagi-la mediante força a submeter-se a ela. Sem embargo, esse comportamento rebelde da parte pode acarretar duas severas consequências processuais.

Em primeiro lugar, a recusa imotivada à inspeção judicial pode configurar litigância de má-fé, na modalidade resistência injustificada ao andamento do processo (art. 17, IV, do Código de Processo Civil), submetendo a parte ao pagamento de multa de até 1% sobre o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que efetuou (art. 18, caput, do Código de Processo Civil)[8].

Em segundo lugar, a resistência imotivada à inspeção pode ser considerada pelo juiz um indício que fundamente a presunção judicial do fato que se queria provar[9]. É dizer, a não submissão à inspeção, quando injustificada, autoriza o juiz presumir a ocorrência do fato que se queria ver provado, mesmo que esta prova não tenha sido produzida.



Leia mais: http://jus.com.br/artigos/28870/confissao-e-inspecao-judicial#ixzz3RMsH6GiC

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Júnior Oliveira

O instituto da inspeção judicial, previsto no CPC/015, é utilizado quando o juiz identificar a necessidade de uma melhor avaliação ou esclarecimento de um fato controvertido, seja por meio do exame de pessoas, de coisas ou de lugares.

Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa.

Acerca da negativa da parte em ser submetida à inspeção judicial, ensina ELPÍDIO DONIZETTI que :

Se houver recusa, entendo que o juiz não poderá constranger a pessoa a se submeter ao procedimento, mas poderá valorar a recusa caso se trate de pessoa inserida na relação processual. Isso porque, se cabe às partes cooperar para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva (art. 6º, CPC/2015), eventual resistência à realização da prova pode ser utilizada em prejuízo da pessoa que seria objeto da inspeção. A eventual resistência injustificada em colaborar para o andamento do processo pode configurar, ainda, hipótese de litigância de má-fé (art. 80, IV, CPC/2015). 

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