A metodologia de Rousseau, induz o educador a saber usar as três educações (natureza, homens e coisas) para preparar o seu aluno para ter autonomia em sua vida
Rousseau toma como horizonte metodológico uma educação que “uma razão autônoma capaz de julgar, prever, raciocinar e calcular tento em vista o que” (BATISTA, 2011: 785) interessa a existência do educando. O aluno de Rousseau (Emílio, o aluno da natureza) é estimulado “desde cedo a bastar-se a si mesmo na medida do possível, não costuma a recorrer sem cessar aos outros e menos ainda em exibir-lhes o seu grande saber. Em compensação, julga, prevê, raciocina em tudo que se relaciona de perto consigo. Não discursa, age; não sabe uma palavra do que se faz na sociedade, mas sabe muito bem o que lhe convém.” (ROUSSEAU, 1995: 113).
Rousseau não está preocupado aqui com a educação de uma criança aristocrática, e sim de um indivíduo comum, do povo. Emílio, o personagem que Rousseau inventa, é o aluno da natureza, sem pai, nem mãe. “Ao inventar Emílio, Rousseau (1979) desafia — pela conjectura — todos os modelos de ensino existentes: dos colégios à preceptoria doméstica. Emílio não será ensinado no ambiente familiar — até por ser órfão e não conviverá tampouco com o opressivo modelo da educação coletiva dos colégios” (2010: 217)Emílio não um sujeito histórico, e sim um artifício metodológico (assim como o ‘estado de natureza’ proposto pelos contratualistas não é um situação histórica, e sim um esforço filosófico para se imaginar como seria o homem antes da vida em sociedade). “Há somente uma ciência a ensinar às crianças: é a dos deveres do homem. [...] Só se tem necessidade de educar os homens comuns; somente sua educação deve servir de exemplo à de seus semelhantes.” (ROUSSEAU, 1979: 28-29).
A proposta metodológica de Rousseau compreende as seguintes máximas:
“1ª máxima: Compatibilidade entre as forças e as necessidades das crianças (para queelas não se habituem, desde a tenra idade, a desejar o que só lhes é possível por intermédio de outrem).” (BATISTA, 2011: 781).
“2ª máxima: É preciso ajudá-las a suprir aquilo de que carecem, seja em inteligência, seja em força, em tudo o que diz respeito às necessidades físicas.” (BATISTA, 2011: 781).
“3ª máxima: Nesse auxílio, é necessário restringirmo-nos ao útil real, nada concedendo à fantasia ou ao desejo sem razão (antinatural).” (BATISTA, 2011: 781).
“4ª máxima: Estudando a linguagem da criança (o choro, por exemplo), podemos distinguir o útil real da fantasia, o que vem da natureza do que vem da opinião.” (BATISTA, 2011: 781).
Referencias bibliográficas:
ROUSSEUA, J.J. Emílio ou da educação. São Paulo: Difel, 1976 [Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995].
BATISTA, Sueli Soares dos Santos. Experiência e observação: de Rousseau ao Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. In Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 779-792, dez. 2011.
BOTO, Carlota. A invenção do Emílio como conjectura. In Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 36, n.1, p. 207-225, jan./abr. 2010.
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