A tredestinação ocorre quando há a destinação de um bem expropriado a finalidade diversa da que se planejou inicialmente
Para tratar de tredestinação civil é preciso iniciar o tema por uma noção de desapropriação.
Conforme estabelece o art. 5º, XXIV, da CRFB:
"Art. 5º. [...]
XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos previstos nesta Constituição;"
Assim, temos a possibilidade de desapropriação de bens imóveis pertencentes a particulares, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, desde que preenchidos os requisitos de finalidade, qual seja: a utilidade pública, a necessidade ou o interesse social.
A tredestinação é vício que atinge justamente o fim a que se dirige a desapropriação, pois ocorre com base em uma das finalidades apontadas, mas se destina a outra pretensão. Exemplificando, haverá tredestinação quando a Prefeitura indenizar justa e previamente proprietários de imóveis em uma rua, sob justificativa de ampliação do logradouro, mas utilizá-los, contudo, para construção de Resort pertencente a grande multinacional do ramo hoteleiro.
Havendo a tredestinação, o art. 519 do Código Civil impõe que ao antigo proprietário (desapropriado) seja dado direito de preferência para aquisição do imóvel, sob mesmo preço e condições.
"Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa."
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Direito Administrativo e Direito Constitucional
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