A medida de segurança pode ser prorrogada de modo ilimitado?
Boa noite,
Maria Vieira:
Há tempos atrás, a jurisprudência se dividia entre o STJ e do STF divergiam a respeito do tema, a partir de 2011 é unânime em ambos.
A nova orientação do STJ culminou na criação da Súmula 527, que ganhou a seguinte redação:
STJ/Súmula 527: O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado.
O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado, devendo perdurar enquanto estiver presente a periculosidade do agente. Entretanto, a duração da medida de segurança deve ser limitada ao período máximo de 30 anos (por analogia ao art. 75, CP).
Este entendimento decorre de duas premissas:
a) O prazo de cumprimento da medida de segurança não pode ser ilimitado. Isso porque lhe é aplicável a disposição do art. 5º, XLVII, b, da CF/88 (vedação às penas de caráter perpétuo);
b) o art. 97, § 1º, do CP deve ser interpretado com base nos princípios da proporcionalidade (proibição de excesso), e da isonomia (não se pode tratar de forma mais gravosa o infrator inimputável quando comparado ao imputável).
Cumpre observar que, para os casos que o agente atinge o tempo máximo de cumprimento de medida de segurança, mas a perícia médica indica que ele continua com alto grau de periculosidade, o STJ admite, com fundamento na Lei 10.216/01, em processo de interdição, a determinação judicial da internação psiquiátrica compulsória do enfermo mental perigoso à convivência social, assim reconhecido por laudo técnico pericial, que conclui pela necessidade da internação.
Eu espero ter esclarecido sua dúvida.
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