2) Pedro, advogado, foi procurado por Mário, residente em Petrolina-PE, afirmando este que sua mãe encontrava-se muito enferma e necessitando utilizar diversos medicamentos e que os valores dos mesmos não haviam como ser suportados pela família, tendo afirmado que uma outra pessoa havia obtido uma decisão judicial que determinava que o Estado de Pernambuco foi obrigado a fornecer os medicamentos em questão pela rede pública de saúde (SUS). Pedro ingressa então com ação judicial, não contra o Estado, mais sim contra o município de Petrolina-PE, na qual pede a condenação do ente à obrigação do fornecimento dos medicamentos. A ação foi endereçada a uma das varas cíveis da comarca, tendo sido distribuída especificamente à 2ª Vara Cível da Comarca de Petrolina-PE, tendo aquele juízo, após algumas decisões, inclusive de deferimento de tutela de urgência, declinado a competência de processamento e julgamento da ação para a Vara da Fazenda Pública de Petrolina, ocasião em que extinguiu o processo sem resolução de mérito, determinando o arquivamento dos autos.
a) Agiu corretamente, do ponto de vista processual, mas poderia ter sido mais eficiente. É que o STJ tem entendido pela solidariedade entre União, Estado e Município para fornecimento de medicamentos. Entretanto, não reconhece litisconsórcio passivo necessário, razão pela qual a demanda está apta ao julgamento, no quesito legitimidade passiva.
b) Foi correta a decisão, pois as causas submetidas à Fazenda Pública têm critério de fixação de competência absoluta, em razão da pessoa (in casu, ente público municipal), podendo conhecer de ofício. Entretanto, deveria ter intimado a parte a se manifestar, previamente, conforme art. 9º, do CPC: "Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida."
c) Deveria ter intimado a parte a se manifestar, previamente, conforme art. 9º, do CPC: "Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.". Ademais, deveria ter remetido os autos ao juiz competente e não extinguir, com arquivamento.
d) Não, salvo decisão em contrário do juízo competente:
Art. 64, do CPC. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.
§ 1º A incompetência absoluta pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser declarada de ofício.
§ 2º Após manifestação da parte contrária, o juiz decidirá imediatamente a alegação de incompetência.
§ 3º Caso a alegação de incompetência seja acolhida, os autos serão remetidos ao juízo competente.
§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incompetente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
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