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Por que a Magna Carta (1215) não pode ser considerada uma Constituição propriamente dita? O que faltou nela?

💡 4 Respostas

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Ana Carolina Tavares

A Carta Magna não tem em sua composição os principais aspectos da organização político-administrativa do país, sendo somente um pacto constitucional histórico que visava a proibição das prisões arbitrárias, a promessa do devido processo legal, entre outros direitos individuais que foram assegurados. Logo, a Constituição da Inglaterra é classificada como costumeira ou não-escrita por ser formada não por um texto único, mas por um conjunto de textos históricos escritos (como o Habeas Corpus Act e Bill of Right), além das tradições culturalmente consolidadas.

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Júlio Meirelles

A Carta Magna é um documento firmado entre o Rei e os Barões ingleses, regulando somente a relação entre eles, de modo que não possui o caráter universal que se exige de uma Constituição. É um típico documento medieval, igual aos forais, que visa regrar situações específicas de uma cidade, corporação ou classe social.

 

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DLRV Advogados

Para compreender porquê a Carta Magna não pode ser considerada propriamente uma constituição, necessário se faz que conceituemos o termo. Sendo assim, nas palavras de Canotilho, é necessário que haja os seguintes elementos para termos uma constituição ideal: divisão do Estado, e as garantias de liberdade aos cidadãos. Vejamos as proprias palávras de Canotilho:

“a constituição deve consagrar um sistema de garantias da liberdade (esta essencialmente concebida no sentido do reconhecimento de direitos individuais e da participação do cidadão nos atos do poder legislativo através do parlamento)."

Se observarmos a Magna Carta, notaremos que falta um elemento ensejado de uma verdadeira constituição. A carta de 1215 não trazia reais garantias de liberdades, mas apenas garantias aos Senhores feudais de que suas propriedades seriam respeitadas pelo Rei. Ademais, não fora escrita por um Parlamento legitimado. Podemos notar, então, que as regras expressas estavam ligadas a propriedade dos feudos e não a garantias individuais dos cidadãos.

Desta feita, concluimos que o documento de 1215 não é marco da primeira constituição, mas apenas acordo de propriedade assinado entre Senhores feudais e o Rei.

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