Em regra não, isso porque a indenização prévia é um pressuposto da desapropriação. Segundo Hely Lopes Meirelles, “indenização prévia significa que o expropriante deverá pagar ou depositar o preço antes de entrar na posse do imóvel. Este mandamento constitucional vem sendo frustrado, pelo retardamento da Justiça no julgamento definitivo das desapropriações, mantendo o expropriado despojado do bem e do seu valor, por anos e anos, até transitar em julgado a condenação. Os depósitos provisórios geralmente são ínfimos em relação ao preço efetivo do bem, o que atenta contra o princípio da indenização prévia. Essa burla à Constituição só poderá ser obviada pelo maior rigor dos juízes e tribunais na exigência de depósito prévio que mais se aproxime do valor real do bem expropriado.” (Direito Administrativo Brasileiro. 29ª ed. pg. 748).
Rafael Carvalho Rezende Oliveira complementa:
“Na desapropriação por utilidade pública e por interesse social (art. 5.º, XXIV, da CRFB), a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro.
A indenização deve ser integral, englobando os danos emergentes, os lucros cessantes, as despesas processuais, os juros, a correção monetária e os honorários advocatícios.
Em regra, o pagamento deve ser feito em dinheiro por meio do sistema do precatório (art. 100 da CRFB). As entidades de direito público devem incluir nos seus orçamentos a verba necessária ao pagamento de seus débitos, “oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios judiciários apresentados até 1.º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente” (art. 100, § 5.º, da CRFB).” (Curso de Direito Administrativo. e-book. 6ª ed. pg. 673)
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