A “abolitio criminis” extingue a punibilidade do agente? Explique.

Boa tarde. 

Paula, conforme o art. 107, III, do CP, extingue-se a punibilidade: [...] pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso, isto é, pela abolitio criminis.

Exemplificando, no caso do Estatuto do Desarmamento, principalmente no seu art. 12, que sofreu "recente" modificação, a abolitio criminis é causa extintiva da punibilidade, conforme julgado abaixo colacionado do TJ/RS:

APELAÇÃO CRIME. ART. 12 DA LEI Nº 10.826. POSSE IRREGULAR DE ARMA DE FOGO ABOLITIO CRIMINIS. FATO POSTERIOR A 31/12/09. DECRETO Nº 7.473/2011. TESE AFASTADA. IMPROVIMENTO. O Decreto nº 7.473/2011 prevê que a entrega espontânea da arma de fogo e/ou munição à polícia, por possuidor/proprietário de boa-fé, é causa de extinção da punibilidade, em relação a eventual delito de posse irregular de arma de fogo ou munição. Ou seja, somente na hipótese de efetiva entrega, o fato pode ser considerado atípico, não se tratando de prorrogação da abolitio criminis, que se encerrou em 31/12/09, segundo a Lei nº 11.922/09. Recurso defensivo improvido. (Apelação Crime Nº 70059031831, Quarta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Gaspar Marques Batista, Julgado em 28/08/2014). 

Bons estudos.

Extingue, pois a abolitio criminis transfoma um fato típico em atípico. Estando preceituado no artigo 107, inciso III do Código Penal, e devemos considerar como um complemento o princípio tempus regit actum (o tempo rege o ato).