Ficaria muito difícil entender as mudanças no Balanço Patrimonial se não tivéssemos as informações apresentadas no demonstrativo de resultados do exercício (DRE).
Um exemplo extremamente básico de um DRE seria:
Receita:
-> + R$ 100 (venda de bolos)
Despesas:
-> – R$ 45 (ingredientes)
Resultado:
-> + R$ 55
Claro que em uma empresa, cuja as atividades e despesas vão muito além de bolos e ingredientes, o DRE também fica consideravelmente mais complexo. No entanto, a lógica não é diferente disso: no topo o dinheiro que entrou, no meio o dinheiro que saiu e no final o dinheiro que sobrou. Nada mais complexo do que a matemática que aprendemos no primário!
Agora vejamos um exemplo de DRE que você pode acessar gratuitamente em nosso Guia de Empresas da Bovespa:
Como você pode ver, não há muita complicação por aqui também. No topo do DRE temos a Receita Total (i) da empresa durante o ano, e logo abaixo tiramos os Custos Para Produzir (ii) os bens e serviços vendidos, e encontramos o Resultado Bruto (iii).
No entanto, ainda existem outras receitas e despesas para serem incluídas nesta conta. A próxima despesa são as Despesas Operacionais (iv), ou seja, todos os custos que não estão diretamente relacionados com a produção dos bens e serviços vendido, porém forma necessários para que a empresa funcionasse. Alguns exemplos seriam aluguel de imóveis para escritórios, outras despesas administrativas, etc.
Uma vez deduzidas as despesas operacionais, ficamos com o Resultado antes do resultado financeiro e dos tributos (v), que são importantes por mostrar o verdadeiro desempenho das atividades principais da empresa. Imagine que uma construtora deveria ter lucro principalmente pela construção de empreendimentos e não pelos seus investimentos financeiros. Esta linha mostra se a empresa foi bem sucedida em sua atividade principal.
Após isso são retirados e adicionados as receitas e despesas não operacionais, como resultado financeiro e tributos, chegando a última linha, que mostra o valor total do resultado da empresa no período. Se for positivo a empresa teve lucro, se for negativo, a empresa teve prejuízo.
Está fácil, você não acha?
Então vamos aprender a analisar melhor um DRE.
A. Análise Horizontal
A análise horizontal é muito útil para identificarmos as variações nos DREs de uma empresa ao longo do tempo. Ela é feita para comparar DREs de períodos diferentes e identificar quais contas aumentaram e quais diminuíram:
Nesta análise as contas dos anos anteriores foram divididas pelo valor da conta de 2012, encontrando assim a % que os anos anteriores representaram em relação ao ano base.
Um exemplo:
Perceba que as vendas totais de 2010 representam somente 39% das vendas de 2012, o que é um belo aumento! Porém, veja que apesar de o lucro ter aumentado também, não foi na mesma proporção, já que o lucro do exercício em 2010 foi equivalente a 65% do lucro de 2012.
Este tipo de entendimento só é possível através da análise horizontal, uma vez que ela permite comparar os valores em bases iguais e acompanhar sua evolução.
B. Análise Vertical
Se a análise horizontal nos permite comparar a evolução de um ano para o outro, a análise vertical permite comparar a evolução entre uma linha e outra do DRE:
Um exemplo:
Perceba como esta análise complementa a nossa percepção na análise horizontal; realmente a margem de lucro da empresa diminui, apesar de seus lucros terem aumentado. A margem de lucro é a divisão do resultado do exercício pela receita total. Veja que:
Uma queda constante, que nos levaria a tentar entender o que aconteceu para que a margem da empresa caísse tanto em tão pouco tempo e se essa é uma tendência que irá continuar.
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