O princípio da proibição do retrocesso veda a tramitação de projetos de lei que representam alteração da protetividade ambiental. | ||
O princípio do usuário-pagador impõe aos particulares a necessidade de contribuir para o emprego de recursos ambientais em atividades econômicas. | ||
Os bens ambientais, de acordo com a Constituição Federal, são de propriedade do Estado, cabendo a todos o dever de protegê-los. | ||
A necessidade de licenciamento ambiental fundamenta-se no princípio da prevenção, ou seja, na necessidade de se mensurar o risco desconhecido, sobre o qual não há certeza científica. | ||
A internalização dos efeitos externos positivos é o cerne do princípio do poluidor-pagador. |
Resposta CORRETA:
“O princípio do usuário-pagador impõe aos particulares a necessidade de contribuir para o emprego de recursos ambientais em atividades econômicas.”
“Trata-se de princípio complementar ao poluidor-pagador, a ponto de alguns doutrinadores o estudarem como um princípio único. Inobstante, a opção é pela abordagem particular de cada um deles.
Está previsto no inciso VII do art. 4º da Lei nº 6.938/1981 como um dos objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente, com a imposição “(…) ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos”.
O princípio do usuário pagador é decorrente da necessidade de valoração econômica dos recursos naturais, de quantificá-los economicamente, evitando o que se denomina “custo zero”, que é a ausência de cobrança pela sua utilização. O “custo zero” conduz à hiperexploração de um bem ambiental que, por consequência, leva à sua escassez. Como exemplo, ao não se valorar o custo pela utilização da água, sua exploração e utilização serão inevitavelmente feitas de forma excessiva, com a diminuição da disponibilidade desse bem fundamental para a vida.” (Direito Ambiental. 2ªed. e-book. pgs. 152)
Quanto às demais alternativas:
“O princípio da proibição do retrocesso veda a tramitação de projetos de lei que representam alteração da protetividade ambiental.”
Pode haver alteração na legislação ambiental. O que o princípio busca evitar é o retrocesso.
“Os bens ambientais, de acordo com a Constituição Federal, são de propriedade do Estado, cabendo a todos o dever de protegê-los.”
Os bens ambientais são bens de uso comum do povo, conforme indica o art. 225, caput, CF.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
“A necessidade de licenciamento ambiental fundamenta-se no princípio da prevenção, ou seja, na necessidade de se mensurar o risco desconhecido, sobre o qual não há certeza científica.”
Dissertando sobre o princípio da prevenção, o Professor Fabiano Melo explica:
“Segundo Michel Prieur, ‘a prevenção consiste em impedir a superveniência de danos ao meio ambiente por meio de medidas apropriadas, ditas preventivas, antes da elaboração de um plano ou da realização de uma obra ou atividade’.
O princípio da prevenção é aplicável ao risco conhecido.
Entende-se por risco conhecido aquele identificado por meio de pesquisas, dados e informações ambientais ou ainda porque os impactos são conhecidos em decorrência dos resultados de intervenções anteriores, por exemplo, a degradação ambiental causada pela mineração, em que as consequências para o meio ambiente são de conhecimento geral. É a partir do risco ou perigo conhecido que se procura adotar medidas antecipatórias de mitigação dos possíveis impactos ambientais.” (Direito Ambiental. 2ªed. e-book. pgs. 147-148)
Portanto, o erro da alternativa está em relacionar o princípio ao risco desconhecido.
“A internalização dos efeitos externos positivos é o cerne do princípio do poluidor-pagador.”
Dissertando sobre o princípio do poluidor pagador, Fabiano Melo aduz:
“É um princípio de natureza econômica, cautelar e preventiva, que compreende a internalização dos custos ambientais, que devem ser suportados pelo empreendedor, afastando-os da coletividade.
Segundo Cristiane Derani, o princípio do poluidor-pagador “visa à internalização dos custos relativos externos da deterioração ambiental (…). Pela aplicação desse princípio, impõe-se ao “sujeito econômico” (produtor, consumidor, transportador), que nesta relação pode causar um problema ambiental, arcar com os custos da diminuição ou afastamento do dano”.
Conforme o Princípio 16 da Declaração do Rio (1992), “as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais”.
Na legislação infraconstitucional, o princípio está expresso no inciso VII do art. 4º da Lei nº 6.938/1981, ao se afigurar na Política Nacional do Meio Ambiente como objetivo que vise ‘à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados (…)’.” (Direito Ambiental. 2ªed. e-book. pgs.151)
Portanto, o erro da alternativa está em relacionar o princípio à internalização dos efeitos externos positivos ao invés de negativos.
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