Classificação das curvas de remanso
A classificação das curvas é feita em função da declividade do canal e em função da região de desenvolvimento do perfil da linha de água. Elas podem ainda ser classificadas em curvas ascendentes (quando a profundidade cresce para jusante) ou descendentes (quando a profundidade decresce para jusante).
a) Quanto à declividade do canal
- Canal de pequena declividade : I0 < Ic. Estes canais são denominados de canais de declividade suave e quando existe movimento uniforme no canal, este estará em regime lento, com a altura normal (hn) maior do que a altura crítica (hc). As curvas de remanso que se formam nestes canais são chamadas de curvas “M”, devido à denominação em inglês (“mild slope”)
- Canal de grande declividade : I0 > Ic. Estes canais são denominados de canais íngrimes e quando existe movimento uniforme no canal, este estará em regime rápido, com hn < hc. As curvas de remanso que se formam nestes canais são chamadas de curvas “S” (“steep slope”).
- Canal de declividade crítica : I0 = Ic. Estes canais são denominados de canais de declividade crítica e quando existe movimento uniforme no canal, este estará em regime crítico, com hn = hc. As curvas de remanso que se formam nestes canais são chamadas de curvas “C” (“critical slope”).
- Canal horizontal : I0 = 0. Nestes canais não é possível a existência de movimento uniforme, e considera-se que hn = . As curvas de remanso que se formam nestes canais são chamadas de curvas “H” (“horizontal slope”).
- Canal com declividade adversa : I0 < 0. Nestes canais também não é possível a existência de movimento uniforme, e considera-se que hn = . As curvas de remanso que se formam nestes canais são chamadas de curvas “A” (“adverse slope”).
b) Quanto às zonas de desenvolvimento do perfil da linha de água
- Zona 1 : profundidades maiores que hn e hc
- Zona 2 : profundidades entre hn e hc
- Zona 3 : profundidades menores que hn e hc
c) Quanto à inclinação das curvas de remanso
Para termos subsídios para saber a inclinação das curvas de remanso deve-se analisar melhor a equação (1):
(1)
Para um canal retangular de grande largura, admite-se que seu raio hidráulico seja aproximadamente é igual à altura e tem-se:
e (2)
Substituindo-se na equação (1:.
(3)
Da equação da velocidade média em canais (equação de Manning), podemos calcular a declividade do canal, a declividade da linha de energia e a relação entre estas declividades:
(4)
A altura crítica de um canal retangular pode ser expressa pela equação:
que substituída nas equações anteriores, conduz a :
(5)
Da análise qualitativa dos termos que compõem a equação (5), pode-se determinar a tendência crescente ou decrescente dos diferentes perfis longitudinais das curvas de remanso que se formarão em diferentes situações de declividade do canal e de profundidade do escoamento.
- altura não varia com a distância s, caso do movimento uniforme.
- altura aumenta para jusante
- altura diminui para jusante
As figuras que seguem representam os diferentes tipos de curvas de remanso que podem se desenvolver nos canais, em função das classificações acima descritas.
Curvas tipo M ( Fonte: Ven te Chow):
Curvas tipo S ( Fonte: Ven te Chow):
Curvas tipo C ( Fonte: Ven te Chow):
Curvas tipo H ( Fonte: Ven te Chow):
Curvas tipo A ( Fonte: Ven te Chow):
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