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como fazer uma apelação

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ANTONIO FRANCO

1. Atenção aos limites da demanda

Já disse, em outra oportunidade, que o Juiz não pode julgar de forma diversa daquela requerida pelo autor da ação na petição inicial, nem mesmo conhecer de questões que não estejam ditas nos autos. Isso quer dizer que o Magistrado está limitado aos pedidos da parte autora, razão pela qual a formulação dos requerimentos é tão importante e demanda tempo e dedicação do advogado.
A primeira etapa da elaboração do recurso de apelação é contrapor os pedidos iniciais com a sentença. Somente depois disso é possível verificar os pontos a serem atacados pela via recursal e se houve a correta distribuição dos ônus processuais (custas e honorários).

2. A teoria dos capítulos de sentença

A sentença pode conter mais de uma decisão, a depender da quantidade de pedidos cumulados na inicial. Assim, cada solução adotada para determinado pedido será um capítulo de sentença e poderá ser atacado pela via recursal. Fatiar a sentença, delimitando os seus capítulos de acordo com cada pedido, facilita a elaboração do recurso, pois permite enxergar com mais clareza os pontos a serem rebatidos.
Como dito acima, de acordo com o princípio da dialeticidade, é característica dos recursos combater os fundamentos da decisão atacada. Dessa forma, a divisão dos capítulos de sentença torna-se ainda mais essencial para a elaboração do recurso de apelação.

3. Recurso parcial ou total?

O recurso de apelação pode ser total ou parcial. Ou seja, ele poderá tratar sobre todos os pontos da sentença ou apenas de alguns. Em razão do efeito devolutivo da apelação e do princípio da congruência, o Tribunal apreciará somente as questões ventiladas pelo recurso.
A escolha de combater parcial ou totalmente a sentença possui inúmeras variáveis, tais como: interesse recursal, legitimidade, vontade da parte, ou, conveniência de interposição do recurso. A análise deverá ser realizada caso a caso, pois não existe uma regra geral.
No entanto, duas questões devem ser pensadas no momento da interposição do recurso: a preclusão e os custos processuais.
Falei no artigo sobre Agravo de Instrumento que o Código de Processo Civil 2015 (o novo CPC) mudou a sistemática da preclusão, quando determina que as questões resolvidas na fase de conhecimento não são cobertas pelo impedimento.
A mencionada alteração da regra não se aplica para o recurso de Apelação, no qual os capítulos de sentença devem ser combatidos, sob pena de transitarem em julgado. Em outras palavras, não sendo devolvida determinada questão ao Tribunal, a parte não poderá mais discutir a justiça da sentença referente a tal ponto. Então, é de grande responsabilidade a decisão de não combater determinado capítulo de sentença, pois a sua consequência jurídica é o trânsito em julgado da matéria.
A verificação dos riscos e sucumbência, para o autor da demanda, já deve ter sido realizada no momento da proposição da ação, conforme mencionado no artigo sobre petição inicial. Para o réu que teve sentença proferida contra si, sob a ótica do custo processual, é na apelação o momento de constatar a pertinência de impugnar determinado ponto da sentença. Recorrer de questões já consolidadas nos Tribunais Pátrios pode aumentar os ônus de sucumbência. Ao julgar o recurso,  o tribunal deve aumentar os honorários fixados anteriormente, levando em conta o trabalho adicional realizado em grau recursal. Assim, é importante ponderar os custos do processo para decidir sobre a interposição do recurso de apelação.
Busco registrar as razões da não interposição, total ou parcial, do recurso junto ao cliente, informando-o, de forma clara e explícita, quanto aos eventuais riscos e consequências resultantes dessa escolha. Apenas com o “de acordo” do cliente, e para evitar questionamentos futuros sobre o ato, é que não interponho o recurso de apelação.

4. Conclusão

Portanto, para elaborar um bom recurso de apelação é importante ter conhecimento da teoria dos capítulos de sentença. Com essa teoria em mente, e tendo o domínio dos fatos do processo, ficará mais simples decidir as estratégias sobre o recurso de apelação, principalmente, sobre quais pontos recorrer e como fazê-lo.

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Júnior Oliveira

Para de redigir uma apelação, primeiramente é preciso que tenha havido alguma derrota da parte (autora ou ré) quando da prolação da sentença, sob pena de falta de interesse de agir. 

CPC, art. 1.009.  Da sentença cabe apelação.

Após, deve-se observar o rito processual insculpido no CPC:

Art. 1.010.  A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

I - os nomes e a qualificação das partes;

II - a exposição do fato e do direito;

III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV - o pedido de nova decisão.

 

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