Dizer que o Poder Constituinte é desvinculado significa dizer que ele é, TEORICAMENTE, livre para criar uma Constituição nova, livre da influência da Constituição anterior. Há, portanto, uma desvinculação do legislador constituinte com o conteúdo presente na Constituição antecessora.
Onipotente, por sua vez, significa dizer que o constituinte, EM TESE, pode legislar as matérias constitucionais da forma que quiser, ou seja ele não precisa reproduzir as Constituições anteriores, podendo inovar. O constituinte pode fazer QUASE tudo.
Chamo a atenção para o fato de que os conceitos encontram limitações, ou seja, a desvinculação e a onipotência não são absolutos (por isso escrevi TEORICAMENTE e EM TESE em letras garrafais), eles encontram limites na medida em que a legislador constituinte não pode subtrair algum direito constitucional previsto na Constituição anterior. A nova Constituição tem que ser um avanço na conquista de direitos, não um retrocesso. Isso impede que o Poder Constituinte, na sua desvinculação e onipotencialidade, cometa abusos contra os direitos já conquistados.
Desvinculado ou incondicionado significa que “não se submete a qualquer regra ou procedimento formal pré-fixado pelo ordenamento que o antecede.”
Onipotente ou ilimitado, por sua vez, significa que “as normas jurídicas anteriormente estabelecidas não são capazes de limitar a sua atividade, restringindo juridicamente a sua atuação.”
Fonte: Nathalia Masson. Manual de Direito Constitucional. 4ª ed. pg. 111
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