Qual o objetivo de defesa dos Democratas com relação aos Quilomobolas?
Em 2003, o então PFL, hoje DEM, ajuizou uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 3239) questionando a validade do Decreto 4.887/2003, que regulamenta o procedimento para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos. O Partido apontou diversas inconstitucionalidades, entre elas o critério de autoatribuição fixado no decreto para identificar os remanescentes dos quilombos e a caracterização das terras a serem reconhecidas a essas comunidades.
Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos, para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de auto-atribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à opressão histórica sofrida.
§ 1o Para os fins deste Decreto, a caracterização dos remanescentes das comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria comunidade.
§ 2o São terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos as utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural.
Por maioria de votos, em 08 de fevereiro de 2018, o Supremo Tribunal Federal julgou improcedente a ADPF, declarando a validade do Decreto 4.887/2003. Com essa decisão, garantiu a titulação das terras ocupadas por remanescentes das comunidades quilombolas.
Em entrevista à BBC Brasil, o presidente do DEM à época do julgamento, senador José Agripino, disse que a ação é "um equívoco do passado". "É uma matéria antiga, proposta num momento diferente. O pensamento do partido não é mais o mesmo. Não é um assunto pelo qual o Democratas vai disputar nem acompanhar", afirmou.
Com o julgamento, a questão parece superada.
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