De acordo com o Código de Processo Civil, os requisitos, ou pressupostos, resumem-se em: cabimento; legitimidade para recorrer, interesse em recorrer; tempestividade; regularidade formal; inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer; e preparo. Estes têm sido classificados em dois critérios pela doutrina brasileira, sendo que o primeiro deles, iniciado por Seabra Fagundes, divide-os em requisitos subjetivos e objetivos, e o segundo critério, desenvolvido por Barbosa Moreira, em intrínsecos e extrínsecos.
Os requisitos objetivos são definidos como aqueles que se relacionam com o próprio recurso, em si mesmo considerado, enquanto os subjetivos seriam aqueles que se referem à pessoa do recorrente. Nos primeiros enquadram-se a adequação, a tempestividade, preparo e motivação, e nos segundos encontram-se a legitimidade e o interesse em recorrer.
De acordo com o segundo critério, os requisitos intrínsecos seriam aqueles que são concernentes à própria existência do poder de recorrer, enquanto os extrínsecos são relativos ao modo de exercê-lo. Diante disto, os requisitos intrínsecos são: cabimento do recurso, legitimidade para recorrer, interesse em recorrer e inexistência de fato impeditivo ou extintivo do poder de recorrer, já os extrínsecos seriam a tempestividade, regularidade formal e preparo
São aqueles contidos no recurso, ou seja, que integram o conteúdo da peça recursal, não tendo apenas influência externa, como seria o caso dos requisitos extrínsecos.
Constituem requisitos de admissibilidade intrínsecos dos recursos: cabimento, legitimidade, interesse recursal e inexistência de fato extintivo ou impeditivo.
Nos termos do que informa o Curso de Direito Processual Civil de Fredie Didier Jr. (2016), podemos dizer que:
a) O cabimento é o requisito correspondente à recorribilidade da decisão e a adequação do recurso ao caso concreto (exemplificando, é cabível recurso de apelação em face de sentença, enquanto não cabe recurso em face de despacho, pois é irrecorrível, tampouco cabe apelação de decisão interlocutória, pois é inadequada);
b) Interesse recursal ou interesse de recorrer se refere à utilidade e becessidade do recurso. Basicamente, é o interesse de agir aplicado aos recursos. Assim, para que haja o requisito intrínseco interesse de recorrer é preciso que a impugnação da decisão seja meio que possa levar a um resultado mais vantajoso e que não poderia ser obtido por outro meio, senão pelo recurso. Exemplificando, aquele que obtém êxito em todos os pedidos, sem qualquer vício, não possui interesse recursal.
c) Legitimidade é aquele requisito detido por quem pode recorrer (parte vencida, terceiro prejudicado ou Ministério Público). Exemplificando, um terceiro absolutamente estranho à lide não pode interpor recurso pelo mero sentimento de justiça que eventualmente o acometa.
d) Inexistência de fato impeditivo ou extintivo é o que se chama de requisito negativo de admissibilidade do recurso, pois, se presente, gera inadmissibilidade do recurso. Exemplificando, a transação homologada é ato que impede a interposição de recurso.
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