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resumo de micro

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Bárbara .

Relação hospedeiro parasita

1 – Introdução

            Um parasita é um organismo que habita a superfície ou o interior de outro organismo vivo, a fim de encontrar o ambiente e as substâncias necessárias ao seu crescimento e reprodução. Isso não quer dizer que o parasita necessariamente prejudicará seu hospedeiro. Parasitas de maior êxito alcançam um estado de equilíbrio com seu hospedeiro que assegure a sobrevivência, crescimento e propagação de ambos.

            A relação parasita hospedeiro é favorecida por características do parasita, que favorecem a sua implantação e o comprometimento do hospedeiro, como pelos vários mecanismos do hospedeiro e que se opõem a estes processo. Entre os atributos do parasita estão a infecciosidade, invasividade, patogenicidade e a toxigenicidade. Se o parasita lesar o hospedeiro em grau suficiente, os distúrbios resultantes manifestar-se-ão sob a forma de doença.

 

2 - Infecção

            Processo pelo qual o parasita estabelece interação com o hospedeiro. Suas principais etapas são:

  1. Penetração do parasita no hospedeiro – vias respiratórias, digestiva, mucosas e pele
  2. Estabelecimento e multiplicação do parasita no interior do hospedeiro – a partir da porta de entrada, o parasita pode disseminar diretamente através dos tecidos ou prosseguir pelos canais linfáticos até a corrente sangüínea.

 

3 - Atributos dos microrganismos que os capacitam a causar doenças

 

3.1 - Introdução

 

            Para um microrganismos causar uma doença em seu hospedeiro deve-se observar:

  1. Patogenicidade – capacidade dos microrganismos de causar doença ou de produzir lesões
  2. Virulência – relaciona-se com o grau de determinada doença, ou seja, os microrganismos se diferem no modo de causar lesões, uns são mais patogênicos que os outros.
  3. Toxigenicidade – capacidade de produzir substâncias tóxicas para o hospedeiro
  4. Invasividade – capacidade de penetrar nos tecidos do hospedeiro, multiplicar e disseminar.

 

3.2 –Toxinas

 

As toxinas microbianas são agrupadas com exotoxinas ou endotoxinas. As exotoxinas podem agir inibindo a síntese protéica ( toxina diftérica), produzindo perda de fluido a nível intestinal ( enterotoxinas de E. coli e toxina colérica), interferindo com a ação do sistema nervoso (neurotoxina: toxina tetânica), promovendo a lise da célula afetada (citotoxina: C. perfringens) ou causando efeitos vasculares (toxina do Bacillus anthracis). Já a endotoxina pode causar efeitos tóxicos similares como febres e distúrbios vasculares, que podem levar a um choque fatal; podem ser responsáveis pela ocorrência de choque verificada em muitas infecções pós-cirúgicas e em tratamentos que induzem disseminação da flora intestinal. As principais diferenças entre elas estão:

 

  1. Exotoxinas
  • excretadas por bactérias vivas
  • produzidas por bactérias Gram-Positivas e Gram-Negativas
  • natureza polipeptídica
  • instável – destruída a temperaturas acima de 60ºC
  • Altamente antigênica – induz produção de antitoxina
  • Não provoca febre
  1. Endotoxinas
  • parte integrante da PC de bactérias Gram negativas
  • liberadas  com a morte da bactéria e, em parte, durante o crescimento bacteriano
  • complexo lipopolissacarídio – Lipídeo A
  • estável
  • não forma antitoxina e sim Anticorpo contra a fração polissacarídica
  • pode provocar febre

3.3 - Enzimas

            Certas bactérias produzem substâncias que não são diretamente tóxicas, mas que realmente desempenham um papel importante no processo infeccioso.

  1. Coagulase – enzima produzida por muitos estafilococos patogênicos, que juntamente com certos fatores séricos, coagula o plasma. A coagulase contribui para a formação de paredes de fibrina nas lesões estafilocócicas, favorecendo sua persistência e também promove  uma deposição de fibrina na superfície da cada estafilococo, que pode protegê-lo da fagocitose ou da destruição no interior das células fagocitárias;
  2. Hialuronidase – enzima que hidrolisa o ácido hialurônico, atuando como fator de difusão da bactéria. Produzida por estafilococos, clostrídios, estreptococos, pneumococos;
  3. Estreptoquinasa (Fibrinolisina) – muitos estreptococos hemolíticos produzem esta substância que ativa uma enzima proteolítica do plasma (plasminogênio            plasmina). Ela é capaz de dissolver o plasma coagulado e, provavelmente auxiliando na disseminação dos estreptococos;
  4. Hemolisinas  e Leucocidinas -  muitas bactérias produzem substâncias que destroem as hemácias e os leucócitos. Produzida por certos estafilcocos, estreptococos, clostrídios, bastonetes Gram-Negativas;
  5. Proteases – substâncias que podem hidrolisar as imunoglobulinas. Produzidas por estreptococos e neissérias.
  6. b-Lactamase – substância produzido por estafilococos, bactérias Gram-Negativas, hemófilos, gonococos e outros, capaz de conceder resistência às penicilinas.
  7. Colagenase – enzima proteolítica capaz de desintegrar o colágeno, o que facilita a disseminação dos microrganismos.

 

Classificação dos microrganismos em relação à temperatura

a) Microrganismos psicrófilos: são aqueles que têm temperatura de multiplicação entre 0°C e 20°C, com um ótimo entre 10°C e 15°C.

 

b) Microrganismos psicotróficos: são aqueles que têm capacidade de se desenvolver entre 0°C e 7°C. Uma vez que a velocidade de multiplicação nem sempre é a mesma para todos os psicotróficos, duas novas categorias de classificação foram propostas: europsicrotrófico, referente aos que não formam colônias visíveis até o 6° - 10° dia entre 0°C e 7°C e o estenopsicrotrófico, referente aos que formam colônias visíveis em cinco dias nessa faixa de temperatura. Ao primeiro grupo pertencem as espécies Enterobacter cloacae, Yersinia enterocolitica e Hafnia alvei, e ao segundo grupo, Pseudomonas fragi e Aeromonas hydrophyla.

 

    Os microrganismos psicrófilos e psicrotróficos multiplicam-se bem em ambientes refrigerados, sendo os principais agentes de deterioração de carnes, pescado, ovos, frangos e outros. Nesse grupo podem ser incluídos os seguintes gêneros: Pseudomonas, Alcaligenes, Flavobacterium, MIcrococcus e outros

 

  1. Microrganismos mesófilos: são aqueles que têm a temperatura ótima de multiplicação entre 25°C e 40°C, mínima entre 5°C e 25°C, e máxima entre 40°C e 50°C. Os microrganismos mesófilos correspondem à grande maioria daqueles de importância em alimentos, inclusive a maior parte dos patógenos de interesse.
  2. Microrganismos termófilos: são aqueles que têm temperatura ótima de multiplicação entre 45°C e 65°C, mínima de 35°C e 45°C, e máxima entre 60°C e 90°C. A maioria das bactérias termófilas importantes em alimentos pertence aos gêneros Bacillus e Clostridium, incluindo as espécies deterioradoras (Bacillus coagulans, Clostridium thermosaccharolyticum), quanto espécies patogênicas (Clostridium botulinum, Clostridium perfringens).

 

Classificação dos microrganismos em relação à capacidade de crescer

na presença ou ausência de oxigênio

  1. Bactérias aeróbicas estritas

Bactérias aeróbicas estritas crescem apenas onde há disponibilidade de oxigênio, como por exemplo, as bactérias do gênero Pseudomonas.

 

  1. Bactérias microaerófilas

Bactérias microaerófilas requerem uma quantidade reduzida de oxigênio; altas concentrações de oxigênio lhes são tóxicas. As bactérias microaerófilas sobrevivem em ambientes com alta concentração de dióxido de carbono e baixas concentrações de oxigênio, como por exemplo, as bactérias do gênero Campylobacter.

 

  1. Bactérias anaeróbicas facultativas

Bactérias anaeróbicas facultativas utilizam oxigênio em seu metabolismo energético, mas também podem crescer na ausência de oxigênio. As bactérias Escherichia coli e espécies de Staphylococcus são encontradas no trato intestinal e urinário onde há pouca disponibilidade de oxigênio. Todas as bactérias pertencentes à família Enterobacteriaceae são anaeróbicas facultativas.

 

  1. Bactérias anaeróbicas aerotolerantes

Bactérias anaeróbicas aerotolerantes suportam a presença de oxigênio, sem utilizá-lo em seu metabolismo. Por exemplo, a bactéria Lactobacillus acidophillus.

 

  1. Bactérias anaeróbicas estritas

Bactérias anaeróbicas estritas não crescem na presença de oxigênio que lhes é tóxico. A maioria das espécies anaeróbicas estritas é encontrada no solo ou em micro-ambientes em organismos animais que tenham se tornado anaeróbicos, como ferimentos profundos ou a junção das gengivas com os dentes. São exemplos de organismos anaeróbicos estritos as bactérias do solo Clostridium tetani (causadora do tétano), Clostridium botulinum (causadora do botulismo) e as bactérias associadas com doenças periodontais, como Porphiromonas gengivallis e Prevotella intermedia. A grande maioria das bactérias associadas aos intestinos de animais são anaeróbicas estritas.

 

Na presença de oxigênio, o radical superóxido (O2-) e peróxido de hidrogênio (H2O2) são formados como subprodutos das atividades das enzimas oxidativas que participam da síntese de ATP. Nas bactérias aeróbicas estritas e na maioria das anaeróbicas facultativas, o radical superóxido é convertido em oxigênio molecular (O2) e em peróxido de hidrogênio (H2O2) pela enzima superóxido dismutase. O peróxido de hidrogênio é convertido em oxigênio molecular e água pela enzima catalase (algumas espécies de bactérias anaeróbias facultativas e de aerotolerantes não possuem a catalase). As bactérias anaeróbicas estritas não sintetizam nem a catalase nem a superóxido dismutase e são mortas pelos efeitos tóxicos do superóxido e do peróxido de hidrogênio.

 

Para o crescimento de bactérias anaeróbicas estritas em laboratório são requeridos procedimentos especiais de cultivo, tais como a exclusão total do oxigênio do meio e do ambiente de crescimento através do uso de agentes redutores que reajam com o oxigênio gasoso.

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