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exatamente, podemos compreender que a frase é uma afirmação verdadeira, isso com base na visão do jusfilósofo brasileiro MIGUEL REALE. Em sua concepção, o fenômeno jurídico é uma realidade fático-axiológico-normativa, que se revela como produto histórico-cultural, dirigido à realização do bem comum . Toda experiencia jurídica pressupõe sempre três elementos: fato, valor e norma. ou seja, ''um elemento de fato, ordenado, valorativamente em um processo normativo´´. O Direito não possui uma estrutura simplesmente factual, como querem os sociólogos; valorativa, como proclamam os idealistas; normativa, como defendem os normativistas . Essas visões são parciais e não revelam toda a dimensão do fenômeno jurídico.
o autor da Teoria tridimensional definiu o direito como '' realidade histórico-cultural tridemensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência.'' O direito é fenomeno historico, mas não se acha inteiramente condicionado pela história, pois apresenta uma constante axiológica. O Direito é uma ralidade cultural, porque é o resultado da experiência do homem. A bilateralidade é essencial ao Direito. A bilateralidade-atributiva é específica do fenômeno jurídico, de vez que apenas ele confere a possibilidade de se exigir um comportamento.
Sim.
Segundo a teoria tridimensional, o Direito se compõe da conjugação harmônica dos três aspectos básicos e primordiais:
- o aspecto fático (fato) ou seja, o seu nicho social e histórico;
- o aspecto axiológico (valor) ou seja, os valores buscados pela sociedade, como a Justiça; e
- o aspecto normativo (norma) ou seja, o aspecto de ordenamento do Direito.
O fato vem a ser um acontecimento social que envolve interesses básicos para o homem e que por isso se enquadra no conjunto de assuntos regulados pela ordem jurídica. Miguel Reale chama a atenção para a distinção existente entre as duas acepções que a palavra “fato” comporta na teoria tridimensional: o direito como fato histórico-cultural, um fenômeno social e como dimensão do direito. Importa distinguir o fato do direito, global e unilateralmente entendido como um acontecimento histórico, e quanto ao fato enquanto fator ou dimensão daquela experiência. – O fato indica uma circunstancia de cada momento no desenrolar do processo jurídico. Bem, fato nestas acepções, é tudo aquilo que naquele determinado meio do direito, corresponde ao já dado ou ao já posto no meio social e que valorativamente se integra na unidade ordenada da norma jurídica, dando resultado a dialeticidade dos três fatores.
O valor corresponde ao elemento moral do direito. Se toda obra humana é impregnada de valores, igualmente o direito, ele protege e procura realizar valores ou bens fundamentais e vida social.
A norma consiste no comportamento ou organização social imposto aos indivíduos.
A conjugação proposta por Reale pressupõe uma constante comunicação entre o primeiro e o segundo aspectos, que origina e também se relaciona com terceiro. Esta comunicação é denominada pelo próprio autor como a "dialética de implicação-polaridade", ou, "dialética de complementariedade". Esta dialética consiste na percepção de que fatos e valores estão constantemente relacionados na sociedade de maneira irredutível (polaridade) e de mútua dependência (implicação).
Tal teoria fora revolucionária e inovadora à época, vez que, anteriormente, o direito positivo e o jurisdicional deixavam o direito apenas como algo parcial, incompleto e, portanto, ineficiente, tratando-o como uma norma, apenas.
Miguel Reale, entretanto, não foi o primeiro jurisfilósofo a postular uma teoria tríplice, sendo que autores como Emil Lask, Gustav Radbruch, Roscoe Pound Wilhelm Sauer e Werner Goldschmidt já tinham, em suas obras, abordado, ainda que de forma superficial, a tridimensionalidade jurídica.
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