Buscar

Qual a relação entre a Filosofia e o Direito?

💡 3 Respostas

User badge image

Tayna Cavalcante

EXISTE UMA RELAÇÃO MUITO IMPORTANTE, POIS COM A FILOSOFIA PODE-SE ANALIZAR O FENÔMENO JURÍDICO COM MAIOR PROFUNDIDADE, NÃO SE LIMITANDO AO QUE DIZ A LEI, A FILOSOFIA POSSIBILITA O ENTENDIMENTO DAS DIFERENTES BASES PRINCIPIOLÓGICAS QUE SERVEM COM SUBSTRATO PARA A ATUAÇÃO DO DIREITO O QUE DEIXA O OPERADOR DO DIREITO COM UMA MENTALIDADE MAIS REFLEIXIVA E HOLISTICA, VER O DIREITO ALÉM DA LETRA FRIA DA LEI. A DISCIPLINA FILOSOFIA DO DIREITO É UMA DAS ÁREAS DE ANÁLISE DA FILOSOFIA E NÃO UMA PARTE DO DIREITO QUE ESTUDA A FILOSOFIA, LOGO DEVE-SE INVESTIR EM ESTUDOS E REUTAÇÕES SOBRE O PAPEL DA FILOSOFIA NA FORMA COMO O DIREITO ATUA, A CADA SISTEMA JURÍDICO NOTA-SE CORRENTES FILOSOFICAS DIFERENTES QUE SERVIRAM DE INSPIRAÇÃO JÁ QUE DIREITO NÃO É SO ELI É PRINCPIOS TAMBÉM

6
Dislike0
User badge image

Beatriz Costa

 A Filosofia Jurídica ajuda a entender o processo de criação do Direito e suas finalidades,  estimula a interpretação e o ato de pensar nas conseqüências, e de onde e por que são assim... 

2
Dislike0
User badge image

Evelyn Cruz

Filosofia e Direito

Autor: Prof. Dirceu Haas
Disciplina: Filosofia do Direito - 5º Período
 

A questão é inevitável em meio aos ambientes de graduação em Direito quando o corpo doscente se depara com uma razoável carga horária de disciplinas zetéticas, especialmente, as de caráter filosófico: o que isso tem com meu estudo de Direito? O presente texto não pretende fazer uma defesa da filosofia, uma vez que o autor não possui procuração da mesma para tanto e não sentir necessidade de fazê-lo, embora não falte quem assim ingenuamente ainda acredite. Trata-se tão somente de comentar alguns aspectos da relação imprescindível entre as duas ciências complementares. 

A aparente inutilidade do estudo filosófico para alguns na área do Direito pode indicar um desconhecimento do objeto de estudo de ambas as áreas do saber e também a negligência da academia em reafirmar esta relação como parte essencial do escopo do Direito. A conseqüência é uma concepção e operação pragmática e instrumental que são, por sua vez, uma das principais fontes do questionamento da utilidade da relação entre Filosofia e Direito.

O objeto da ciência do Direito se expressa de modos distintos, de acordo com as diversas vertentes jurídicas. Assim, é identificado como fenômeno jurídico pelo Direito como ciência social, como dimensões dialeticamente complementares pelo tridimensionalismo jurídico, como norma pelo positivismo, como mescla de justiça, liberdade e relações de poder pelo jusnaturalismo e pelas matrizes teórico-políticas da teoria jurídica contemporânea, etc. O que pervaga a todas estas correntes é a racionalização do agir humano nas relações com as coisas e o meio-ambiente, com a sociedade, com outros sujeitos de direitos - pessoas físicas e jurídicas - corporações, Estado, organismos e comunidades internacionais. 

O escopo primordial da racionalização do agir é conservar a vida e a prevenção de problemas que pela condição humana, inevitavelmente ocorrem, e então, carecem de solução racional. No Direito o que não diz respeito à prevenção, é pertinente à solução. Esse procedimento funda-se e origina-se das fontes reais, históricas e, especialmente, formais do Direito (lei, costume, doutrina, jurisprudência, princípios gerais, analogias,etc) que são expressões da razão. Através dessas referidas expressões da razão foi erigido e se erige o Direito na história. Como expressões da razão, portanto, não se fundam em si mesmas. 

A filosofia nasce na cultura ocidental como conseqüência da curiosidade e do espanto provocado na alma humana pelos mistérios e encantos do mundo. Nasce da necessidade de segurança para o conhecimento, pois a relação imediata com o mundo pelos sentidos resulta freqüentemente enganosa, fugidia e muito vaga, logo, não confiável. A tradição mítica mostra-se vulnerável quando as novas gerações não encontram nelas sentido para a vida. Precisa-se de um fundamento melhor para a civilização ocidental. A escolha da razão como base de toda validade ante a ilusão e engodos da facticidade da realidade imediata e dos mitos foi e permanece uma exigência sempre atual pela necessidade contínua de criticamente não deixar o “fac-símile” tornar-se a realidade toda. Assim, na filosofia, a razão pensa a si mesma. Reflete sobre si e as condições que tornam possível a intelecção da realidade sem que esta e a própria razão sejam reduzidas a um simulacro na mediação intransponível de todo sentido e validade pela linguagem. 

Todo conhecimento precisa de um fundamento, de princípios que lhe qualifiquem como tal e que não podem ser abstraídos do objeto. Estes precisam estar de antemão postos, para sobre os mesmos poder-se construir os métodos e procedimentos que validem os resultados como racionais. O Direito, caso não queira reduzir-se a um simulacro de si e a uma mera reprodução legal dos interesses de grupos hegemônicos no procedimento político de elaboração das normas, bem como na interpretação e aplicação das mesmas. 

Como ciência não pode ignorar, exigência imanente à sua condição científica, as demandas epistemológicas e de fundamento sempre continuado da crítica e autocrítica, características desse saber. Isto, caso o Direito não queira reduzir-se a um simulacro de si e a uma mera reprodução legal dos interesses de grupos hegemônicos no procedimento político de elaboração das normas, bem como da interpretação e aplicação das mesmas. 

Com a filosofia a realidade percebida no plural pelos sentidos encontra sua unidade na inteligibilidade. A normatização também segue a multi e interdisciplinaridade das relações humanas e precisa ao mesmo tempo manter-se una, orgânica e sistêmica. Só um solo seguro e sempre aberto ao novo pode viabilizar isso. 

Pode-se, portanto, dizer que Direito e Filosofia estão em relação de complementaridade não porque os filósofos ou juristas assim querem que seja. É uma exigência implícita na natureza – racional - de ambas as áreas do saber, derivada da escolha do produto cultural sobre o qual optou-se construir esta civilização: a razão. Significa, sem rodeios, dizer que a grande e última fonte do Direito é a razão. Só esta é o solo seguro e aberto, a fonte perene, em meio à mobilidade sócio-político-cultural em que o Direito precisa constituir-se e preservar a vida e a liberdade, desafios prementes do ser humano. Possibilitar que a vida em comum com os outros no mundo possa ter sentido, ser plena e valorizada. A divisão do conhecimento ocorreu para se conhecer mais, melhor e com maior acuidade. Não para se conhecer menos e dominar mais. 

0
Dislike0

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

✏️ Responder

SetasNegritoItálicoSublinhadoTachadoCitaçãoCódigoLista numeradaLista com marcadoresSubscritoSobrescritoDiminuir recuoAumentar recuoCor da fonteCor de fundoAlinhamentoLimparInserir linkImagemFórmula

Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta

User badge image

Outros materiais