medidas provisórias e emendas constitucionais

OLÁ! Acredito que esteja sim! Contribuindo no que tange a ideia do Poder Originário.

Dentro da lógica jurídica, são possíveis várias classificações elencando os tipos de leis  que possuímos. A forma mais comum e mais simples recorre à constituição federal, em seu artigo 59, que enumera os tipos utilizados dentro do processo legislativo. São ao todo seis, atualmente:

1. emendas à Constituição;
2. leis complementares;
3. leis ordinárias;
4. leis delegadas;
5. medidas provisórias;
6. decretos legislativos;
7. resoluções.

De todas as espécies normativas previstas no artigo 59, a lei ordinária e a lei complementar são as mais frequentemente utilizadas, pois são os meios mais comuns de inovar o ordenamento jurídico, ou seja, criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações individuais.

Por Emerson Santiago

Primeiramente, é preciso separar os institutos. Medidas Provisórias são normas primárias de iniciativa exclusiva do Presidente da República que podem ser editadas em caso de relevância e urgência e cujo prazo de vigência é de 60 dias (renovável uma única vez por igual período).

CF - Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.

Emendas Constitucionais, por sua vez, são normas que alteram a constituição e que, em função do seu impacto, estão sujeitas a um processo legislativo próprio (mais rígido), nos termos do art. 60, CF.

As Medidas Provisórias tem força de lei ordinária, ou seja, são normas infraconstitucionais que encontram fundamento na própria Constituição Federal. Se as MPs encontram fundamento na Constituição e tem força de lei ordinária, e não de emenda constitucional, certo é que elas não podem alterar a Constituição. Dito isso, não conseguimos imaginar de que forma as MPs poderiam influenciar o poder constituinte originário.

Há sim uma discussão sobre como o excesso de Medidas Provisórias pode subverter a sistemática da separação de poderes, na medida em que o Poder Executivo pode, como esse excesso, acabar ocupando um espaço originalmente pensado para ser exercido pelo Poder Legislativo. De todo modo, é preciso lembrar que as MPs estão sujeitas a controle político pelo Poder Legislativo, o que permite que esse Poder freie o ímpeto legislativo do Poder Executivo quando entender que há abuso.

No que diz respeito às Emendas Constitucionais, a lógica é parecida. Realmente o Brasil tem promovido uma série de alterações em sua constituição. Já são 97 emendas desde 1988. Ocorre que a possibilidade de modificação da constituição encontra fundamento na própria constituição. O Próprio Poder Constituinte Originário percebeu que, para garantir a força normativa da Constituição, era preciso abrir espaço para alterações que permitissem ao Constituinte Derivado adequá-la às circunstâncias que surgissem. Mantido o núcleo duro da Constituição (cláusulas pétreas indicadas no art. 60, §4º, I-IV, CF), entendemos que o Poder Constituinte Originário vem sendo respeitado.

Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:

§ 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:

I - a forma federativa de Estado;

II - o voto direto, secreto, universal e periódico;

III - a separação dos Poderes;

IV - os direitos e garantias individuais.