Em 1890 surgiu novo código criminal pelo Decreto nº 847 que em seu artigo 29 manteve a determinação de recolhimento dos inimputáveis por sofrimento mental por seus familiares ou no âmbito dos hospitais de alienados, contudo, previa que “se o seu estado mental assim exigir para segurança do público”, pressupondo, portanto, que a decisão do magistrado deveria vir de forma fundamentada. Mas, na prática, em verdade, não houve mudança.
Temos, portanto, no que tange aos direitos das pessoas deficientes, que o Brasil do pós-independência pouco ou nada avançou. E mesmo ao longo de toda a sua fase imperial esteve desguarnecido de um código civil, em que pesem as várias tentativas de criação através dos projetos de Teixeira de Freitas (1859), Nabuco de Araújo (1872) e Felício dos Santos (1881). A questão dos incapazes por sofrimento mental, destarte, fora abordada unicamente pelo aspecto da legislação penal, portanto, pelo viés da criminalidade. E isso, por si apenas, é bastante eloquente acerca de como a sociedade de então estava predisposta em relação ao tema.
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