Explico.
Eis o teor da questão 55 da aludida prova (fl. 26-v):
"55. Assinale a alternativa INCORRETA.
(a) A citação por edital na execução fiscal é cabível quando frustradas as demais modalidades.
(b) A exceção de pré-executividade é admissível na execução fiscal relativamente às matérias conhecíveis de ofício que não
demandem dilação probatória.
(c) A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada pela Justiça Estadual.
(d) A extinção do processo por abandono da causa pelo autor independe de requerimento do réu.
(e) Todas as alternativas anteriores estão incorretas."
A banca examinadora considerou correta apenas a alternativa d (fl. 41). O impetrante não contesta a incorreção de tal assertiva,
tampouco que o disposto nas alíneas a, b e c está correto, mas sustenta que, se as três primeiras alternativas estão corretas, a alternativa e, por uma questão de lógica, não poderia ser considerada certa.
Com efeito, parece proceder o alegado, considerando que a questão exigia do candidato a alternativa incorreta e, diante das
assertivas lançadas, mostra-se inexata não só a assertiva d, mas também a e, que igualmente atende ao exigido no enunciado 55 da prova em comento.
Aliás, dispõe os artigos 39 da Resolução 75, 12 de maio de 2009, do Conselho Nacional de Justiça, e 37 da Resolução 33, de 26 de maio de 2010, da Presidência deste Regional, que aprovou o Regulamento do XIV Concurso Público para Provimento de Cargo de Juiz Federal Substituto da 4ª Região e determinou a sua abertura, inseridos nos Capítulo IV - Da Primeira Etapa do Concurso -Seção I, que "reputar-se-ão erradas as questões que contenham mais de uma resposta e as rasuradas, ainda que inteligíveis."
Por sua vez, no que tange à questão 99 do certame, o impetrante insurge-se quanto ao fato de ter sido considerada incorreta a
assertiva II, in verbis (fl. 38-v):
"99. Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
I. A delibação é um sistema jurídico de homologação de sentença estrangeira que tem fundamento na cortesia internacional pela qual a sentença estrangeira é reapreciada e examinada quanto ao mérito e à sua forma.
II. O procedimento a ser seguido para a homologação de sentença estrangeira é, segundo a norma do Código de Processo Civil, o do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.
III. Segundo o entendimento majoritário do tribunal competente para a homologação de sentença estrangeira, contra essa é
passível de arguição como defesa apenas a questão relativa à observância dos requisitos para a homologação, sendo vedado à
arguição versar sobre outras questões.
IV. Havendo tramitação de duas ações idênticas paralelamente (competência concorrente) na jurisdição estrangeira e jurisdição nacional e ocorrendo o trânsito em julgado da sentença estrangeira e sua homologação no Brasil, deverá ser extinto o processo no Brasil pela ocorrência de coisa julgada estrangeira.
V. Poderá ser homologada pelo tribunal competente do Brasil a sentença estrangeira já transitada em julgado relativa a sucessão mortis causa que dispõe sobre bem imóvel situado no Brasil.
(a) Está correta apenas a assertiva III.
(b) Está correta apenas a assertiva IV.
(c) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
(d) Estão corretas apenas as assertivas I e IV.
(e) Estão corretas apenas as assertivas II e III."
Observo que, mesmo com o advento da Emenda Constitucional 45, de 30 de dezembro de 2004 (DOU 31-12-2004), a qual,
incluindo a alínea i no inciso I do artigo 105 da Constituição Federal, transferiu a competência para homologação de sentença
estrangeira do STF para o STJ, remanesce ainda a redação original da norma inserta no parágrafo único do artigo 483 do Código de Processo Civil, nos termos da legislação disponibilizada no sítio oficial do Planalto (fl. 57):
"Art. 483. A sentença proferida por tribunal estrangeiro não terá eficácia no Brasil senão depois de homologada pelo Supremo
Para escrever sua resposta aqui, entre ou crie uma conta
Direito Penal e Processo Penal
•ESTÁCIO EAD
Compartilhar