Condicionamentos operante e respondente
A tentativa de compreender os casos que temos em mão, frequentemente nos obriga a deixar de lado nossas próprias convicções para que possamos nos abrir à compreensão real do que acontece. Chamo aqui de compreensão real, a compreensão sem amarras a concepções teóricas.
Quando nos damos conta de que uma determinada estratégia pode ser mais indicada a determinado paciente, devemos dar toda a atenção a esse que se mostra um sentimento instantâneo, praticamente uma intuição do que realmente pode ser fator de mudança e de melhora terapêutica.
Na TCF, comumente nos abrimos ao arcabouço teórico de outras abordagens para nos utilizarmos de técnicas e estratégias terapêuticas. Na verdade, este é um dos princípios da atuação do profissional.
Um dos principais referenciais que costumo utilizar na prática clínica é a atenção aos condicionamentos e suas influências na vida dos pacientes. É importante sinalizar que, quando se trata da TCF, não temos um conjunto de técnicas definidas para cada transtorno. É possível, por exemplo, utilizar uma técnica de relaxamento muscular progressivo concomitante a uma análise de Genograma quando o paciente apresenta grau elevado de ansiedade ligada às suas relações familiares.
Ao longo do tempo, venho observando que os condicionamentos são peças muitas vezes centrais no funcionamento das pessoas. Portanto, acho importante uma breve visita aos conceitos difundidos por Pavlov, Watson, Skinner entre outros.
No condicionamento reflexo, ou respondente, temos a associação de um estímulo originariamente neutro a um estímulo que provoca espontaneamente uma reação específica no indivíduo. Assim, após algum tempo, o estímulo anteriormente neutro passa a provocar no indivíduo a mesma reação do estímulo incondicionado. (Moreira e Medeiros, 2007; p.32).
No condicionamento operante, temos a ação do indivíduo para tentar atingir uma consequência específica. Depois de atingir tal consequência, assume-se que a probabilidade de que o indivíduo volte a emitir o mesmo comportamento para obter consequências semelhantes aumente. Diz-se que o comportamento operante é aquele controlado por suas consequências. (Moreira e Medeiros, 2007; p.48).
É muito comum que a análise funcional do comportamento traga ideias e novas possibilidades para o projeto terapêutico.
Espero ter ajudado.
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