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Qual dessas proposições está incorreta sobre o pensamento de Rousseau? Na verdade, a legitimidade do pacto não resulta do contrato, mas do consentimento unânime dos compromissados nele; Para Rousseau, o homem nasce livre, mas realiza o pacto social que instituiu a sociedade, corrigindo a desigualdade em nome da igualdade, e da proteção dos mais fracos; O contrato social substitui o pacto, na medida em que contrato implica legislação, direitos privados, e em geral, concordância mútua das partes; A formação de uma identidade coletiva se dá pelo sentimento de um ¿comum partilhado¿ base da vontade de todos, ou da vontade geral. A vida social se estabelece não só pela razão, mas pelo sentimento ¿a sensibilidade recíproca e a correspondência interna de todas as partes, análoga à do organismo vivo¿. Desse modo todo conjunto de indivíduos (comunidade) goza de uma identidade coletiva, constituindo não uma racionalidade, mas o sentimento de um ¿eu comum¿;

💡 2 Respostas

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taina cristiany

TA NO CAMINHO CERTO 

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LR

RESPOSTA: Alternativa incorreta: O contrato social substitui o pacto, na medida em que contrato implica legislação, direitos privados, e em geral, concordância mútua das partes;

JUSTIFICATIVA: O Contrario social não substitui o pacto social em nenhum momento, pois ambos fazem parte da mesma transição. O pacto, se tratando de uma convenção, é anterior ao contrato social. O contrato social estabelece clausulas, mesmo que nunca enunciadas, que fazem surgir o Estado. O pacto é anterior no sentido que as famílias e a união entre famílias são comunidades políticas anteriores ao Estado. As famílias, em se tratando da “mais antiga de todas as sociedades e a única natural” apenas permanece unida quando por convenção: “Os filhos, isentos da obediência que devem ao pai, isento este dos cuidados dos filhos [apenas obrigados aos cuidados até certa idade], entram todos igualmente em independência. Se continuam unidos, não é natural, senão voluntariamente, é a própria família não se sustém senão por convenção.” (ROUSSEAU, 2016: 19). O contrato social chega quando os homens, já reunidos em famílias, não são capazes de superar determinados obstáculos por eles mesmos criados: “Rousseau quem mais exaltou a perfeição do estado de N., argumentando que nessa condição o homem obedece apenas ao instinto, que é infalível (...). ‘Tudo que sai das mais do Criador é perfeito, tudo degenera nas mais do homem’ (...). No próprio Rousseau, porém, essa exaltação do estado de N. contrasta com o valor atribuída do estado civilizado, com base no contrato social; na realidade, em Rousseau a noção de estado de N. constitui o critério ou a norma de julgar a sociedade presente e delinear um ideal de progresso.” (ABBAGNANO, 2007: 817). Se reunindo em família, estabelecendo as primeiras relações de propriedade privada, saindo assim do estado natural, onde as mãos dos homens geram sua própria instabilidade, o pacto social não se quebra, e sim é dado um passo além através do contrato social: “Pois bem, como os homens não podem engendrar novas forças, senão somente unir e dirigir as existentes, não tem outro recurso para sua conservação além de formas por agregação de uma soma de forças que possa sobrepujar a resistência, pô-las em jogo para um só móvel e fazê-las agir conjuntamente.” (ROUSSEAU, 2016: 27 – 28). Dessa forma, trata-se os termos de um contrato de transferência mútua de direitos, firmada através da reafirmação de um pacto de confiança, ou seja, de uma promessa a ser obrigatoriamente cumprida onde cada parte deve abrir mão do direito natural de possuir sua liberdade natural: “Naquele instante, no lugar da pessoa particular de cada contratante este ato de associação produz um corpo moral e coletivo, composto de tantos membros como a assembleia de votantes, o qual recebe deste mesmo ato sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade. Essa pessoa pública que se forma assim pela união de todas as outras pessoas, recebeu antes o nome de cidade e agora recebe o de república ou de corpo político, chamado por seus membros Estado, quando é passivo; soberano, quanto é ativo, poder, comparando-o com seus semelhantes. Porém estes termos se confundem frequentemente e tomam-se uns pelos outros. Basta saber distinguir quando são empregados em sua verdadeira acepção.” (ROUSSEUAU, 2016: 29)

Referências bibliográficas:

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.

ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2016.

 

 

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