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os símbolos sociais são só pessoas (como os heróis) ou podem ser fenômenos físicos, música, bandeira ou um objeto material?

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LR

É inicialmente necessário compreender que representações simbólica são sinônimo de representações mentais, e essas representações mentais, do ponto de vista sociológico, são sempre representações sociais. Há em um símbolo social o aspecto da coletividade a partir do momento em que o entendimento deste símbolo encontra-se generalizado na sociedade. Representações simbólicas não são necessariamente pessoas, ou fenômenos físicos/materiais, apesar de ser possível que algo encarne de certa forma a dada simbologia. Por exemplo, o santo padre (o papa, um indivíduo) ou o santo graal (o cálice, um objeto), são elementos de uma fé religiosa, mas é a fé, a religião que é a representação simbólica, assim como o é a família e a economia. Há nas representações simbólicas o aspecto da historicidade social, o conceito de religião (ou de família, ou de religião), e conceito pressupõe a atividade mental, foi inventado e reinventado ao longo do tempo. Se tornam representações simbólicas da sociedade pois são capazes de gerar uma coesão, um compartilhamento de opinião, de visão de mundo.

Durkheim, considerado um dos pais da sociologia, explica a questão da seguinte forma: Sendo as representações simbólica, sinônimo de representações mentais, tomadas por representações coletiva, retomando e exemplo dado, a religião – representação simbólica – em As formas elementares da vida religiosa (livro) é compreendida da seguinte forma: “através da análise das religiões primitivas – o totemismo como sua forma primeira e mais simples –, pode-se perceber como os homens encaram a realidade e constroem uma certa concepção do mundo e, mais ainda, como eles próprios se organizam hierarquicamente, informados por tal concepção” (RODRIGUES, 2005: 21). Outro exemplo, a família – também uma representação simbólica – é definida por Durkheim da seguinte forma: “ela é simplesmente, um grupo de indivíduos que foram aproximados uns dos outros, no seio da sociedade política, por uma comunidade mais particularmente estreita de ideias, sentimentos e interesses. A consanguinidade pode ter facilitado essa concentração [de indivíduos em torno do que se diz ser família], pois ela tem por efeito natural incluir as consciências umas em direção às outras. Mas muitos outros fatores intervieram: a proximidade material, a solidariedade de interesses, a necessidade de se unir para lutar contra um perigo comum, ou simplesmente de se unir, foram causas muito mais poderosas de aproximação.” (DUKHEIM, 1990: XXIII). Assim a família, como também a religião e a economia, são todas representações simbólicas, e por isso possuem um papel na construção de uma coesão social na medida em que é responsável pela construção de uma moralidade importante para a construção de um consenso, de uma consciência comum, de uma relação de solidariedade entre os indivíduos integrantes de uma mesma sociedade.

Referências Bibliográficas:               

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 4ed, 1966.

DURKHEIM, Émile. 1999. Da divisão do trabalho social, São Paulo: Martins Fontes:1-109.

RODRIGUES, José Albertino. Émile Durkheim. São Paulo: Editora Ática, 2005.

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