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A forma de nascimento do Estado da Russia é originaria ou secundario?

💡 1 Resposta

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Daniel Bispo

Olá Beatriz, fiz um "resumo" que pode te guiar no teu questionamento...

Modos de nascimento dos Estados:

  • Originário
  • Secundários: União {Confederação, Federação, União pessoal, União Real}

Divisão {Nacional, Sucessoral}.

  • Derivados: Colonização, Concessão dos direitos de soberania, Ato de Governo

6.1) MODO ORIGINÁRIO

Pode surgir o Estado, originariamente, do próprio meio nacional, sem dependência de qualquer fator externo. Um agrupamento humano mais ou menos homogêneo, estabelecendo-se num determinado território, organiza o seu governo e passa a apresentar as condições universais da ordem política e jurídica. Roma e Atenas são exemplos típicos da formação originária.

Esse núcleo inicial, via de regra, homogêneo, isto é, uma comunidade identificada por vínculos de raça, língua, usos, costumes, sentimentos e aspirações comuns, e que, atingindo lentamente certas e determinadas condições, adota um sistema de organização social e administrativa tendente a facilitar a concretização dos anseios comuns.

Os Estados primitivos, sem dúvida, foram precedidos de uma lenta preparação nacional, mas nos tempos atuais tivemos exemplos de criação de Estados originariamente, sem o estágio preparatório a que nos referimos, ou seja, sem que o núcleo humano inicial apresentasse esse aspecto de homogeneidade próprio dos chamados Estados Nacionais. Assim, ocorreu, por exemplo, no caso do Estado da Califórnia, na América do Norte, onde legiões de indivíduos de todas as origens formaram uma população numerosa e reuniram-se, em 1849, numa assembléia constituinte, organizando o seu governo e proclamando ao mundo a fundação do seu Estado, posteriormente incorporado a federação dos Estados Unidos da América do Norte.

Deixando de lado maior indagação sobre a formação dos Estados antigos para fixarmos a sociedade humana no momento exato em que ela, por força de variadas circunstâncias, se organiza em Estado constatamos que no mundo moderno inúmeras são as circunstâncias que cercam e determinam o nascimento de novas unidades políticas. Queiroz Lima assim enumera essas circunstâncias: “divergências de raças, índoles aspirações, ou coligação de povos unidos pela identidade de raça ou por um forte laço de interesse comum; influência dissolvente de uma guerra infeliz ou imposição de um inimigo vencedor; e, finalmente, combinações das grandes potências em congresso internacional”.

Diante desse panorama realmente verídico, perde muito do seu valor a regra geral da formação originária e se avultam em importância os modos secundários e derivados.

6.2) MODOS SECUNDÁRIOS

Uma nova unidade política pode nascer da união ou da divisão de Estados.

São casos de união: a) confederação; b) federação; c) união pessoal; e d) união real.

6.2.1. CONFEDERAÇÃO

É uma união convencional de países independentes, objetivando a realização de grandes empreendimentos de interesse comum ou o fortalecimento da defesa de todos contra a eventualidade de uma agressão externa.

São exemplos dessa forma de união, nos tempos antigos, as confederações gregas dos Beócios, dos Arcádios, dos Acheus e dos Estólios. Os antigos cantões da Suíça uniram-se formando a Confederação Helvética, que ainda subsiste, agora com feição própria de uma união federal (abaixo visto). Mais recentemente, tivemos a Confederação dos Estados Unidos da América do Norte (1776-1787) e a Confederação Germânica (1815).

A atual Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é um exemplo da união sob a forma confederativa. A partir de um manifesto lançado pela Rússia, Ucrânia e Bielorrúsia, outras nove repúblicas também ex-integrantes da extinta URSS formalizaram sua adesão, dando início a um processo de unificação política e econômica cujas bases definitivas ainda hoje estão sendo processadas.

6.2.2. FEDERAÇÃO

É uma união nacional mais íntima, perpétua e indisponível, de províncias que passam a constituir uma só pessoa de direito público internacional. Exemplo clássico de união federal é a América do Norte. Temos ainda, no continente americano, o México, Brasil, Argentina e Venezuela. (veremos melhor)

6.2.3. UNIÃO PESSOAL

É o governo de dois ou mais países por um ao monarca. É uma união de natureza precária, transitória, porque decorre exclusivamente de eventuais direitos sucessórios ou convencionais de um determinado príncipe. Registra a história, entre outros, os seguintes exemplos de união pessoal: a) Alemanha e Espanha sob o poder de Carlos V; b) Inglaterra e Hanover sob o governo de George IV; c) Polônia e Sarre, sob o reinado de Augusto etc.

6.2.4. UNIÃO REAL

É a união efetiva, com caráter permanente, de dois ou mais países formando uma só pessoa de direito público internacional. Exemplos: a) Suécia e Noruega; b) Áustria e Hungria; c) Inglaterra, Escócia e Irlanda, que se juntaram para a formação da Grã-Bretanha.

São casos de divisão: a) divisão nacional, e b) divisão sucessoral.

6.2.5. DIVISÃO NACIONAL

É a que se dá quando determinada região ou província integrante de um Estado obtém a sua independência e forma uma nova unidade política – um novo Estado. Há os exemplos da divisão da monarquia de Alexandre, do retalhamento do primeiro império napoleônico e da separação dos chamados Países Baixos, vários casos de divisão nacional se verificaram por conveniência e imposição dos vencedores.

6.2.6. DIVISÃO SUCESSORIAL

É uma forma típica das monarquias medievais: o Estado, considerado como propriedade do monarca, era dividido entre seus parentes e sucessores, desdobrando-se, assim, em reinos menores autônomos.O direito público moderno não dá agasalho a essa antiquada forma de criação do Estado.

6.3) MODOS DERIVADOS

Segundo estas hipóteses, o Estado surge em conseqüência de movimentos exteriores, quais sejam: a) colonização; b) concessão de direitos de soberania; e c) ato de governo.

6.3.1. COLONIZAÇÃO

Foi a forma primeiramente utilizada pelos gregos que povoaram as terras e criaram Estados ao longo do Mediterrâneo. Modernamente, temos os exemplos do Brasil e da demais antigas colônias americanas povoadas pelos ingleses, espanhóis e portugueses, as quais transformaram posteriormente em Estados livres.

6.3.2. CONCESSÃO DOS DIREITOS DE SOBERANIA

Ocorria frequentemente na Idade Média, quando os monarcas, por sua livre vontade pessoal, outorgavam os direitos de autodeterminação aos seus principados, ducados, condados, etc. Nos tempos atuais, a Irlanda, o Canadá e outras “colônias” da British Commonwealth of Nations caminham progressivamente para a sua completa independência, através de concessões feitas pelo governo inglês.

6.3.3. ATO DE GOVERNO

É a forma pela qual o nascimento de um novo Estado decorre da simples vontade de um eventual conquistador ou de um governante absoluto. Napoleão I criou assim diversos Estados, tão-somente pela manifestação da sua vontade incontestável.

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