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BASE DA BIOLOGIA

QUE TECIDO EMBRIONÁRIO PRODUZ O HCG

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Marcelo Antonio de Freitas

Clivagem do zigoto até o estágio de mórula.
Consiste em divisões mitóticas sucessivas do zigoto levando a um rápido aumento no número de células (blastômeros). Estes blastômeros tornam-se menores a cada divisão.
Local de ocorrência: tuba uterina até o útero.
Fases:
a)    A divisão do zigoto em blastômeros inicia-se 30 horas após a fecundação.
b)   Após o estágio de nove células, os blastômeros mudam sua forma e se agrupam firmemente uns com os outros para formar uma bola compacta de células. Esse fenômeno é denominado compactação e é mediado por glicoproteínas de adesão de superfície celular. A compactação permite melhor interação célula com célula e é um pré-requisito para a segregação de células internas que formam a massa celular interna ou embrioblasto do blastocisto.
c)    Quando existem 12 a 32 blastômeros, o ser humano em desenvolvimento é chamado de mórula. As células internas da mórula estão envolvidas por células que formarão a camada celular externa. A mórula forma-se 3 dias após a fecundação e alcança o útero.
 
 
 
Formação do blastocisto e início da implantação
 
Fases:
a)    Quando alcança o útero a mórula é invadida por líquido uterino formando em seu interior um espaço preenchido por fluido denominado cavidade blastocística.
b)   O fluido aumenta a cavidade blastocística separando os blastômeros em duas partes:
·         Trofoblasto: que formará a parte embrionária da placenta;
·         Embrioblasto: massa celular interna que dará origem ao embrião.
c)    O embrioblasto se projeta para a cavidade blastocística e o trofoblasto forma a parede do blastocisto.
d)   Após o blastocisto permanecer livre e suspenso nas secreções uterinas por cerca de 2 dias, a zona pelúcida gradualmente se degenera e desaparece. A degeneração da zona pelúcida permite o rápido crescimento do blastocisto. A nutrição do blastocisto neste momento é realizada por secreções das glândulas uterinas.
 
 
 
e)    6 dias após a fecundação (20° dia de um ciclo menstrual de 28 dias), o blastocisto adere ao epitélio endometrial, normalmente adjacente ao polo embrionário.
f)     Ao aderir ao epitélio endometrial ocorre uma rápida proliferação do trofoblasto que, acaba por se diferenciar em duas camadas:
·         Citotrofoblasto: camada interna
·         Sinciciotrofoblasto: camada externa
Obs. Fatores intrínsecos e da matriz extracelular modulam, em sequências cuidadosamente programadas, a diferenciação do trofoblasto.
g)    Em torno de 6 dias, os prolongamentos digitiformes do sinciciotrofoblasto se estendem para o epitélio endometrial e invadem o tecido conjuntivo. Produz enzimas que erodem os tecidos maternos, possibilitando ao blastocisto implantar-se dentro do endométrio.
h)   No fim da primeira semana o blastocisto está superficialmente implantado na parede endometrial e recebe nutrição das glândulas endometriais. 
i)     Em 7 dias surge uma camada de células denominada hipoblasto (endoderma primitivo), como consequência da delaminação do embrioblasto.
 
 
Termino da implantação e continuação do desenvolvimento embrionário
 
a)    Na segunda semana ocorrem mudanças no embrioblasto que produzem um disco embrionário que é composto de epiblasto e hipoblasto. Este disco germinativo formará as camadas germinativas que formam todos os tecidos e órgãos do embrião.
b)    Alem das enzimas erosivas do sinciciotrofoblasto ocorre um processo de apoptose das células endometriais causando um efeito receptivo ao blastocisto. Outros fatores contribuem para a recepção do blastocisto, sendo eles:
·         Microvilosidades das células endometriais;
·         Moléculas celulares de adesão;
·         Citocinas
·         Prostaglandinas
·         Genes homeobox
·         Fatores de crescimento
·         Metaloproteínas de matriz
c)    O sinciciotrofoblasto produz o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG), que entra no sangue materno presente nas lacunas do sinciciotrofoblasto. O hCG mantém a atividade hormonal do corpo lúteo que mantém a secreção de progesterona e estrogênio.
 
 
 
 
Inferência clínica: no fim da segunda semana, o sinciciotrofoblasto produz uma quantidade suficiente de hCG (dobra a quantidade) para dar um teste positivo para gravidez. Este teste é conhecido como β-hCG.
Formação da cavidade amniótica, disco embrionário e saco vitelino
a)    Cavidade amniótica: com a progressão da implantação do blastocisto, aparece um pequeno espaço no embrioblasto, que é o primórdi da cavidade amniótica. Logo as células amniogênicas (formadoras de âmnio) – os amnioblastos – se separam do epiblasto e revestem o âmnio, que envolve a cavidade amniótica.
 
 
 
b)   Disco embrionário: é formado por duas camadas
·         Epiblasto: camada mais espessa constituída por células colunares altas, relacionadas com a cavidade amniótica.
·         Hipoblasto: composto de pequenas células cuboides adjacentes à cavidade exocelômica.
c)    Saco vitelino: a membrana exocelômica juntamente com o hipoblasto forma o saco vitelino primitivo. As células do endoderma do saco vitelino formam uma camada de tecido conjuntivo, o mesoderma extra-embrionário que circunda o âmnio e o saco vitelino. 
 
 
Obs. O saco vitelino e a cavidade amniótica tornam possíveis os movimentos morfogenéticos das células do disco embrionário.
 
 
 
 
Obs. Após a formação das estruturas narradas nos itens a, b e c acima, surgem cavidades isoladas denominadas lacunas do sinciciotrofoblasto, as quais, logo se tornam preenchidas por uma mistura de sangue materno, provenientes dos capilares endometriais rompidos, e restos celulares de das glândulas uterinas erodidas. O fluido nos espaços lacunares (embriotrofo) passa por difusão ao disco embrionário e fornece material nutritivo ao embrião.
 
 
 
Obs. A comunicação dos capilares endometriais rompidos com as lacunas estabelece a circulação uteroplacentária primitiva.
 
 
Reação decidual
Com a implantação do concepto, as células do tecido conjuntivo endometrial sofrem uma transformação – a reação decidual. Com a acumulação de glicogênio e lipídeos em seu citoplasma, as células ficam intumescidas e são conhecidas como células deciduais.
Qual a função principal dessa reação: fornecer ao concepto um sítio imunologicamente privilegiado.
 
Formação do celoma extra-embrionário
 
O mesoderma extra-embrionário cresce, e surgem em seu interior espaços celômicos extra-embrionários isolados. Esses espaços fundem-se rapidamente e formam uma grande cavidade isolada, o celoma extra-embrionário. Essa cavidade preenchida por fluido envolve o âmnio e o saco vitelino. Com a formação deste celoma o saco vitelino diminui de tamanho e se forma um pequeno saco vitelino secundário.  
O celoma extra-embrionário divide o mesoderma extra-embrionário em:
·         Mesoderma somático extra-embrionário que reveste o trofoblasto e cobre o âmnio.
·         Mesoderma esplâncnico extra-embrionário que envolve o saco vitelino
 
 
 
Desenvolvimento do saco coriônico
 
Quando inicia: fim da segunda semana com o surgimento das vilosidades coriônicas primárias
 
Como inicia: sob a indução do mesoderma somático extra-embrionário ocorre a proliferação das células citotrofoblásticas que acaba por produzir extensões celulares que crescem para dentro do sinciciotrofoblasto formando as vilosidades coriônicas primárias.
 
Como prossegue: o mesoderma somático extra-embrionário e as duas camadas de trofoblasto formam o córion. Este ultimo, forma a parede do saco coriônico, dentro do qual o embrião com os saco vitelino e amniótico estão suspensos pelo pedículo. O celoma agora é chamado de cavidade coriônica .
 
Sítios de implantação do blastocisto
 
Normalmente a implantação ocorre na porção superior do corpo do útero, um pouco mais frequente na parede posterior que  na anterior.
 
Resposta imune materna
 
A penetração e sobrevida embrionária dependem de fatores capazes de suprir a resposta materna aos antígenos paternos. O trofoblásto em geral parece proteger o embrião servindo como barreira aos efeitos das células imunes maternas (linfócitos T e células NK).
 
Sabe-se também que, outro fator que impede a rejeição é a ausência de MHC classe I nas células do sinciciotrofoblasto.
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Marcelo Antonio de Freitas

Gonadotrofina coriônica humana (HCG): é um hormônio glicoproteíco, secretado desde o início da formação da placenta pelas células trofoblásticas, após nidação (implantação) do blastocisto (*). A principal função fisiológica deste hormônio é a de manter o corpo lúteo, de modo que as taxas de progesterona e estrogênio não diminuam, garantindo, assim, a manutenção da gravidez (inibição da menstruação) e a ausência de nova ovulação. Por volta da 15ª semana de gestação, com a placenta já formada e madura produzindo estrógeno e progesterona, ocorre declínio acentuado na concentração de HCG e involução do corpo lúteo.

O HCG também concede uma imunossupressão à mulher, para que ela não rejeite o embrião (inibe a produção de anticorpos pelos linfócitos); tem atividade tireotrófica e também estimula a produção de testosterona pelo testículo fetal (estimula as células de Leydig a produzirem maior quantidade de androgênios), importante para a diferenciação sexual do feto do sexo masculino.

 

(*) O blastocisto é um estágio inicial do desenvolvimento embrionário, formado por uma camada de células denominada trofoblasto ou células trofobláticas que envolve o botão embrionário. Após a nidação o trofoblasto forma projeções na mucosa uterina chamadas vilosidades coriônicas, principais responsáveis pela produção de HCG.

Hormônio lactogênio placentário humano: é um hormônio protéico, de estrutura química semelhante à da prolactina e da somatotrofina hipofisária. É encontrado no plasma da gestante a partir da 4ª semana de gestação. Tem efeito lipolítico, aumenta a resistência materna à ação da insulina e estimula o pâncreas na secreção de insulina, ajudando no crescimento fetal, pois proporciona maior quantidade de glicose e de nutrientes para o feto em desenvolvimento.

Hormônio melanotrófico: atua nos melanócitos para liberação de melanina, aumentando a pigmentação da aréola, abdomên e face.

Aldosterona: mantém o equilíbrio de sódio, pois a progesterona estimula a eliminação do mesmo, e a aldosterona promove sua reabsorção.

Progesterona: relaxa a musculatura lisa, o que diminui a contração uterina, para não ter a expulsão do feto. Aumenta o endométrio, pois se o endométrio não estiver bem desenvolvido, poderá ocorrer um aborto natural ou o blastocisto se implantar (nidação) além do endométrio. Este hormônio é importante para o equilíbrio hidro-eletrolítico, além de estimular o centro respiratório no cérebro, fazendo com que aumente a ventilação, e conseqüentemente, fazendo com que a mãe mande mais oxigênio para o feto. Complementa os efeitos do estrogênio nas mamas, promovendo o crescimento dos elementos glandulares, o desenvolvimento do epitélio secretor e a deposição de nutrientes nas células glandulares, de modo que, quando a produção de leite for solicitada a matéria-prima já esteja presente.

Estrogênio: promove rápida proliferação da musculatura uterina; grande desenvolvimento do sistema vascular do útero; aumento dos órgãos sexuais externos e da abertura vaginal, proporcionando uma via mais ampla para o parto; rápido aumento das mamas; contribui ainda para a manutenção hídrica e aumenta a circulação. Dividido em estradiol e estrona - que estão na corrente materna; e estriol - que está na corrente fetal, é medido para avaliar a função feto-placentária e o bem estar fetal.

HORMÔNIOS DO PARTO

A ocitocina é um hormônio que potencializa as contrações uterinas tornando-as fortes e coordenadas, até completar-se o parto.

Quando inicia a gravidez, não existem receptores no útero para a ocitocina. Estes receptores vão aparecendo gradativamente no decorrer da gravidez. Quando a ocitocina se liga a eles, causa a contração do músculo liso uterino e também, estimulação da produção de prostaglandinas, pelo útero, que ativará o músculo liso uterino.

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