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Agentes políticos.

Qual a justificativa sobre a inclusão do MP na categoria de agentes políticos?

💡 3 Respostas

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Yuri França

Agentes políticos são componentes do governo nos seus primeiros escalões,investidos e cargos,funções,mandatos ou comissões,por nomeação,eleição,designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais.

Agentes políticos são os titulares de cargos estruturais à organização política do País, ou seja, ocupantes dos que integram o arcabouço constitucional do Estado, o esquema fundamental do Poder. Daí que se constituem nos formadores da vontade superior do Estado. São agentes políticos apenas o presidente da República, os Governadores, Prefeitos e respectivos vices, os auxiliares imediatos dos Chefes do Executivo, isto é, Ministros e Secretários das diversas Pastas, bem como os Senadores, Deputados federais e estaduais e Vereadores.

Leia mais: http://jus.com.br/artigos/9588/os-agentes-politicos-e-sua-responsabilizacao-a-luz-da-lei-n-8-429-92#ixzz3YhuIMHQm

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Especialistas PD

No âmbito do Direito, a principal função de uma classificação é atribuir a todos os membros de uma categoria o mesmo regime jurídico – ou pelo menos similar. Hely Lopes Meirelles é o principal defensor da tese de que os membros do MP e Magistratura são também agentes políticos. E o motivo para essa tese é que, em razão da função que desempenham, esses agentes necessitam de uma proteção legal consideravelmente mais ampla que os servidores públicos em geral. Essa proteção seria similar a dos agentes políticos tradicionais (Chefes do Poder Executivo, Ministros, Secretários de Estado, Deputados e Senadores).

Nesse sentido, Hely Lopes Meirelles aduz:

“Agentes políticos: são os componentes do Governo nos seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, eleição, designação ou delegação para o exercício de atribuições constitucionais. Esses agentes atuam com plena liberdade funcional, desempenhando suas atribuições com prerrogativas e responsabilidades próprias, estabelecidas na Constituição e em leis especiais. Têm normas específicas para sua escolha, investidura, conduta e processo por crimes funcionais e de responsabilidade, que lhes são privativos.

Os agentes políticos exercem funções governamentais, judiciais e quase judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando com independência nos assuntos de sua competência.

São as autoridades públicas supremas do Governo e da Administração na área de sua atuação, pois não estão hierarquizadas, sujeitando-se apenas aos graus e limites constitucionais e legais de jurisdição. Em doutrina, os agentes políticos têm plena liberdade funcional, equiparável à ind\:::pendência dos juízes nos seus julgamentos, e, para tanto, ficam a salvo de responsabilização civil por seus eventuais erros de atuação, a menos que tenham agido com culpa grosseira, má-fé ou abuso de poder.

Realmente, a situação dos que governam e decidem é bem diversa da dos que simplesmente administram e executam encargos técnicos e profissionais, sem responsabilidade de decisão e de opções políticas. Daí por que os agentes políticos precisam de ampla liberdade funcional e maior resguardo para o desempenho de suas.funções.36 As prerrogativas que se concedem aos agentes políticos não são privilégios pessoais; são garantias necessárias ao pleno exercício de suas altas e complexas funções gov.ernamentais e decisórias.

Sem essas prerrogativas funcionais os agentes políticos ficariam tolhidos na sua liberdade de opção e de decisão, ante o temor de responsabilização pelos padrões comuns da culpa civil e do erro técnico a que ficam sujeitos os funcionários profissionalizados.

Nesta categoria encontram-se os Chefes de Executivo (Presidente da República, Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros e Secretários de Estado e de Município); os membros das Corporações Legislativas (Senadores, Deputados e Vereadores37); os membros do Poder Judiciário (Magistrados em geral); os memhros do Ministério Público (Procuradores da República e da Justiça, Promotores e Curadores Públicos); os membros dos Tribunais de Contas (Ministros e Conselheiros); os representantes diplomáticos e demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho de atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, estranhas ao quadro do serviço público.

O art. 37, XI, da CF/88, com a redação da EC 19/98, consagra esse entendimento. De fato, essa norma, ao relacionar os agentes políticos remunerados mediante subsídio, menciona os "membros de qualquer dos Poderes", os "detentores de mandato eletivo", e emprega, a seguir, a expressão "e dos demais agentes políticos", deixando, assim, entrever que outros agentes também são considerados "agentes políticos".

Nessa linha, para a Constituição Federal/88 são agentes políticos o "membro de Poder,o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado, e os Secretários Estaduais e Municipais" (art. 39, § 42), os Ministros e Conselheiros dos Tribunais de Contas (art. 73, § 32 - aqui, a expressão "vencimentos'', anterior à EC 19, ficou claramente com o sentido de "subsídio"-, e art. 75) e os membros do Ministério Público (art. 128, § 52 , 1, "c"). Os servidores integrantes das carreiras relativas à Advocacia-Geral da União, da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, das Procuradorias dos Estados e do Distrito Federal e da Defensoria Pública (art. 135) e os servidores das Polícias Federal, Ferroviária Federal, Civil, Militares e Corpos de Bombeiros Militares (art. 144, § 9º) não são agentes políticos, uma vez que a Carta Magna, nos dispositivos citados, quando a eles se refere, chama-os de "servidores", e, por isso mesmo, determina que "serão remunerados na forma do art. 39, § 4º", ou que cada remuneração "será fixada na forma do § 42 do art. 39'', sem falar em "subsídio", como o fez no art. 128, § 52 , 1, "c". Como se vê, diante do art. 39, § 42 , os agentes políticos só podem receber subsídio. Os demais agentes públicos poderão ter remuneração fixada "nos termos" ou "na forma" do § 42 do art. 39, sendo que para alguns servidores a própria Carta Política já se antecipou, determinando que seria fixada na forma desse dispositivo, ou seja, exclusivamente em parcela única (arts. 135 e 144, § 9º, c/c o art. 39, §§ 8º e 42).” (Direito Administrativo Brasileiro. 42ª ed. pgs. 80-83)

 

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Osvaldina Chaves

Muito bom
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