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O que é ditadura? lembrando, sou muito nova e tenho 13 anos, gostaria de uma explicação mais clara possível

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alvaro moura

Então, uma ditadura é uma forma de governo em que um pequeno grupo de pessoas (os governantes) são superiores aos direitos das pessoas. Ou seja, caso alguém do governo queira fazer algo, ele pode, mesmo que vá contra o direito de outros.

No caso do Brasil, a ditadura se deu pelos militares declararem que poderiam tomar qualquer atitude que julgassem necessária se fosse "para o bem da nação". Mas, não foi bem assim...

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LR

Genericamente, é possível afirmar que Ditadura e Autoritarismo são sinônimos, o que significa dizer que os significados de ambos os termos são, senão iguais, muito similares. Por Ditadura compreendemos ser um “governo autoritário exercido por uma pessoa ou por um grupo de pessoas” (HOAUISS, 2009: 700). Em geral em uma Ditadura o governo é gerido exclusivamente pelo indivíduo ou grupo de indivíduos, à frente das cadeiras do executivo (por exemplo, a figura do presidente é também a figura do ditador). Dessa ao Executivo, devem estar submetidos os demais poderes do Estado. O que significa que os poderes Legislativos (por exemplo, deputados e senadores) e Judiciário (por exemplo, Supremo Tribunal Federal, juízes, procuradores e oficiais) são controlados pelo poder Executivo (Presidente/Ditador). Outro aspecto de uma ditadura, relacionado a concentração dos poderes de um Estado nas mãos do Ditador, é a supressão ou restrição dos “direitos individuais” (HOAUISS, 2009: 700), tais como, por exemplo, a liberdade de expressão e o direito de ir e vir.

As principais características de uma Ditadura são:

1) Não-Democracia: “Com a palavra Ditadura, tende-se a designar toda classe dos regimes não-democráticos especialmente modernos, isto é, dos regimes não-democráticos existentes nos países modernos ou em vias de modernização” (BOBBIO, 1993: 372).

2) Monopólio do poder (pessoal ou oligárquico): “O governo ditatorial não é refreado pela lei, coloca-se acima dela e transforma em lei a própria vontade. Mesmo quando são mantidas ou introduzidas normas que resguardam nominalmente os direitos de liberdade, ou limitam de outra forma o poder do Governo, estas normas jurídicas são apenas um véu exterior, com escassa ou nenhuma eficácia real, que o Governo ditatorial pode ignorar com descrição mais ou menos absoluta, recorrendo a outras leis que contradizem as primeiras ou que criam exceções, utilizando poderosos organismos políticos subtraídos ao direito comum ou invocando diretamente pretensos princípios superiores que guiam a ação do Governo e prevalecem sobre qualquer lei.” (BOBBIO, 1993: 373).

3) Controle social: “O ambiente mais típico dos regimes ditatoriais é o de uma sociedade abalada por uma profunda transformação econômica e social, a qual ativa o interesse e a participação política de faixas cada vez maiores da população e faz emergir os princípios de soberania popular.” (BOBBIO, 1993: 373); “Neste quadro e com referência ao mundo contemporâneo, a Ditadura pode surgir, em primeiro lugar, numa sociedade com alto grau de modernização econômica e social e de intensa mobilização política. Esta é então o resultado de uma grave crise do regime democrático, deteriorando por perturbações externas ou internar e suportando movimentos anárquicos das divisões inconciliáveis entre os diversos partidos políticos. Conforme o ambiente social no qual ela se instaura, esta Ditadura é durável somente quando adota uma política de mobilização permanente da população.” (BOBBIO, 1993: 373).

4) Problema de Legitimidade: “Vista deste ângulo, a Ditadura é caracterizada por uma contradição fundamental, visto que concentra o poder e transmite rigidamente a autoridade política do alto para baixo, numa situação na qual prevalece ou está se afirmando o princípio da soberania popular, na qual a Ditadura deve, de alguma maneira, apoiar-se para alimentar sua permanência no poder. As Ditaduras tendem sempre a apresentar-se como expressão legítima dos interesses e das necessidades do povo; daí o elemento cesarista que caracteriza frequentemente todas as Ditaduras personalistas. Partem também deste princípio todos os artifícios que as Ditaduras adotam para mostrar que detêm a anuência do povo: desde os plebiscitos às grandes reuniões de massa em contato direto com o chefe e com seus representantes, até chegar a imposição capilar e coercitiva da aceitação entusiástica do regime por toda a população. Assistimos então a uma espécie de democracia subvertida, onde o povo é forçado a manifestar uma complexa adesão à orientação política do ditador, a fim de que este possa proclamar que sua ação apoia-se na vontade popular. Todas estas técnicas, porém, não conferem à Ditadura a legitimidade democrática, porque não podem eliminar o fato crucial de que a autoridade política é transmitida de alto para baixo, e não vice-versa. Mesmo quando prescindimos de certas Ditaduras de pura exploração, consideradas radicalmente ilegítimas, a legitimidade popular dos Governos ditatoriais parece sempre incerta e ambígua. É evidente a característica fraqueza da Ditadura frente ao problema da sucessão, quando, como afirma Giovanni Sartori, ‘um absolutismo republicano não pode – enquanto absolutismo – ‘eleger’ o novo ditador, mais não pode tampouco ‘herdar’ por causa do princípio republicano’.” (BOBBIO, 1993: 374).

Referências bibliográficas:

HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles; FRANCO, Francisco Manoel de Messo. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.

BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de Política. 5. ed. Brasília: Edunb, 1993.

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