scursiva: Conhecida loja do ramo alimentício estabelece norma interna determinando que todos os funcionários devem passar pela revista íntima no final do expediente laboral. Ronald Andrade, funcionário da loja e estudante de direito, questiona ao seu gerente que o referido procedimento viola o Princípio da Dignidade Humana que está protegido no art. 1º, III da CF/88. Alfredo Rodrigues, gerente da loja, argumenta que, em nenhuma hipótese, os Direitos Fundamentais da Constituição Federal de 1988 se aplicam nas relações de emprego, foram criados somente para proteção do indivíduo contra o abuso de poder dos órgãos do Estado e não de empresas privadas. Tomando como base a teoria geral dos direitos fundamentais, podemos concordar com a fundamentação do gerente da loja? Justifique a sua resposta.
Demonstra a ilegalidade da prática de revista íntima, a qual fere frontalmente o direito a intimidade e dignidade do empregado. A CLT veda a revista íntima em seu Art 373-A para as mulheres, o que de forma pacífica, pelo princípio da isonomia (igualdade) é extendido para os homens, por analogia. Vários dispositivos e princípios constitucionais são violados com a prática da revista íntima entre eles o princípio da inocência (art. 5º da CR 88 LV), princípio da igualdade, princípio da dignidade da pessoa humana, violação da função social da propriedade. Embora, a jurisprudência tenha se inclinado no sentido de admitir a revista de forma razoável, concluímos que ela não deve ser admitida em nenhuma hipótese, tendo em vista que prioriza o patrimônio da empresa em prol da dignidade do empregado. Por fim, o empregador que pratica a revista íntima e conseqüentemente viola a dignidade e honra do empregado deverá responder pelos danos causados, tendo o dever de indenizar.
É inadmissível que o empregador submeta o empregado à situação que desrespeite ou afronte a sua integridade psíquica e moral ou que traga algum prejuízo à sua dignidade no ambiente de trabalho. 70 anos da CLT 93 Artigos Trata-se, portanto, de se estabelecer limites ao poder empregatício, de modo que somente em situações excepcionalíssimas, nas quais o tipo de atividade empresarial imponha maior controle sobre as entradas e a s saídas das empresas, as revistas se tornam válidas. Ilustrativamente: indústrias fabricantes de drogas lícitas, de substâncias tóxicas ou explosivas, por demandarem controle das autoridades e por implicarem risco à sociedade. Do mesmo modo, empresas que lidem com joias e armamentos. Importante observar, contudo, que, nestes casos exceptivos, a revista deve ser o mais cuidadosa possível de modo a equilibrar o respeito ao indivíduo com o imperativo fiscalizatório.
Não. O Princ íp io da Dig nidade Humana que e stá prot egido no art. 1º, I II da CF/88, para
to do s o s cidadão , não há excludencia de c lasses. O gerent e nas suas alegações most ra tota l
desconhecimento da leis t raba lhista o u de qua lquer o utro instit uto , aduz o Art . 373-A. da
CLT “Ressalvadas as d ispo sições legais dest inadas a corrig ir as distorções que afeta m o
acesso da mulher ao mercado de t raba lho e certas espec ificidades estabelecidas nos acordos
t raba lhist as, é vedado: (Inc lu ído pe la Lei nº 9. 799, de 26.5. 1999)
VI - pro ceder o empregado r ou prepo sto a r evistas ínt imas nas e mpregadas o u funcio nár ia s.
(Inclu ído pe la Lei nº 9.799, de 26.5.1999”. Po rtanto, não é tolerado qualqu er situação que
desrespeit e ou afronte a integr idade psíquica e mo ral o u que tr aga algum pre juízo à
dignidade no ambiente de trabalho .
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