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Qual a diferença entre processo execução e de conhecimento?

mostrar uma diferença entre os ambitos processuais. 

💡 6 Respostas

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Gilson Britto

O processo de conhecimento( cognitivo) visa definir o direito formal, ou seja o An de Beatur a existência da dívida, já o processo de Execução , visa definir o quantum de Beatur ou seja o valor da dívida, que deverá ser satisfeito ao credor. Quando não se tem um título executivo, o processo deverá correr pelo processo de conhecimento, até que seja reconhecida a dívida e então passa-se a fase de execução. Quando de posse de título executivo, não há a fase de conhecimento, tem-se diretamente a o processo de execução ou cognição exauriente, que visa a definição dos valores e satisfação do crédito.

Antigamente, havia um processo de conhecimento, depois a sentença transitava em julgado e o processo finalizava-se por ai. Para buscar a satisfação da sentença condenatória transitada em julgado, a parte interessada deveria ajuizar um novo processo, promovendo uma nova citação e, assim, buscar o seu direito assegurado. Era simples verificar a autonomia do processo de execução, pois primeiro havia todo o procedimento do processo de conhecimento e depois que findava esse processo, a parte tinha que iniciar com outro processo, sendo esse de execução
Ocorre que a partir da lei 10.232/2005, o processo de execução de sentença foi modificado. Visando os princípios da celeridade (atrelada ao tempo) e economia processual (atrelada à prática de atos), o legislador reformador pensou em reduzir o número de atos para ganhar tempo e vice-versa. Com isso, o legislador pensou em “cortar” atos sem que fossem violadas normas de natureza constitucional que o fizesse ganhar “tempo” e “economia” dos atos praticados. Portanto, ao invés de ter dois processos separados, autônomos entre si que precisam de citação, os processos serão atrelados: haverá a citação no processo de conhecimento e, depois do transito em julgado da sentença, nos mesmos autos, será feito um requerimento para a execução (petição pura e simples). Haverá desse requerimento a intimação da parte contrária, por nota de expediente (expedida em aproximadamente 15 dias), e os mesmos autos continuaram como execução.

A autonomia, portanto, hoje, se volta por uma maneira de procedimento. A lei 10.232/2005 findou com a autonomia formal da execução de sentença (só há um processo), mas permaneceu com a autonomia funcional/material ou substancial (há dois processos – primeiro se reconhece o direito e depois se satisfaz o direito reconhecido), salvo nas situações em que será necessária a citação para a execução (ex: sentença penal condenatória – art.475-N, II, CPC; cheque – título executivo extrajudicial). No caso da sentença penal condenatória haverá autonomia formal (pois não esta dentro do mesmo processo – dentro do processo penal) e funcional (os atos praticados no processo penal – investigação - diferem-se dos atos a serem praticados no cível - penhora). No caso de títulos executivos extrajudiciais, como o cheque, não há necessidade de um processo de conhecimento, a parte ingressa direto com a execução.

Os títulos executivos judiciais em regra possuem autonomia funcional/substancial, por exceção terá as duas (formal e funcional) nas hipóteses do art. 475-N, II, IV e VI do CPC. Já os títulos executivos extrajudiciais terão autonomia funcional e formal.

A função executiva é autônoma em relação às demais funções processuais (ex.: função cognitiva – processo de conhecimento), bem como das eficácias sentenciais, porque os atos de realização coativa do direito reconhecido no provimento distinguem-se dos atos que conduziram ao seu reconhecimento (autonomia substancial, material ou funcional). O ato de reconhecer (autonomia formal) é diferente do ato de satisfazer (autonomia funcional).

Diferença da disponibilidade do processo de conhecimento para o de execução: no processo de conhecimento a disponibilidade é limitada temporalmente, pois o autor pode desistir da ação, sem concordância do réu se este ainda não foi intimado ou com concordância se este já foi intimado (passa a ser uma disponibilidade relativizada pela concordância do réu). No processo de execução, se o exequente quiser desistir da demanda não será preciso à concordância do devedor. Existem diversas diferenças na prática referente aos dois institutos, um dos mais importantes é o principio da disponibilidade:

No processo de execução, que é um ato de satisfação do direito reconhecido, o exequente pode desistir do processo de execução a qualquer momento, mas ele pode cobrar o crédito posteriormente desde que seja observado o prazo prescricional do direito postulado, pois a desistência do processo de execução não a renúncia do crédito. Há possibilidade de o exequente arcar com despesas se, no processo de execução, o réu já se manifestou, teve que contrata advogado, e o exequente desiste da execução, ele poderá ser condenado às verbas sucumbenciais.

Portanto, tendo em vista que a execução tem por objetivo a satisfação do credor (principio do resultado), o exequente pode dispor da demanda sem interferência do executado.

Art. 569, CPC: O credor tem a faculdade de desistir de toda a execução ou de apenas algumas medidas executivas – o exequente pode desistir de tudo, de parte.

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joao batista

Processo de conhecimento: e o meio que a pessoa leva o conhecimento do juiz, onde relata os fatos ocorrido, provas, oitiva das patres, fundamentação jurídica etc, para que possa ser inicia a produção do processo até sua sentença.

Processo de execução: e onde já tenha ocorrido o transito em julgado ou extrajudicial, ocorre a obrigação de ser executado aquele ato processual e obrigando da sua execução.

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juliana aires bernardes

Obrigada!!!Ajudou muitíssimo.

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