a. |
Quando o português chegou Debaixo duma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de sol O índio tinha despido O português. |
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b. |
Amemos! Quero de amor Viver no teu coração! Sofrer e amar essa dor Que desmaia de paixão! Na tu’alma, em teus encantos E na tua palidez E nos teus ardentes prantos Suspirar de languidez! Quero em teus lábios beber Os teus amores do céu, Quero em teu seio morrer No enlevo do seio teu! Quero viver d’esperança, Quero tremer e sentir! Na tua cheirosa trança Quero sonhar e dormir! Vem, anjo, minha donzela, Minha’alma, meu coração! Que noite, que noite bela! Como é doce a viração! E entre os suspiros do vento Da noite ao mole frescor, Quero viver um momento, Morrer contigo de amor! |
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c. |
Quem tivesse um amor, nesta noite de lua, para pensar um belo pensamento e pousá-lo no vento! Quem tivesse um amor - longe, certo e impossível - para se ver chorando, e gostar de chorar, e adormecer de lágrimas e luar! Quem tivesse um amor, e, entre o mar e as estrelas, partisse por nuvens, dormente e acordado, levitando apenas, pelo amor levado... Quem tivesse um amor, sem dúvida e sem mácula, sem antes nem depois: verdade e alegoria... Ah! quem tivesse... (Mas, quem teve? quem teria?) |
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d. |
Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor. |
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e. |
No sonho escuto a voz: - amor, saudade... Num sopro venta ao pé do meu ouvido Lembrança antiga n´alma, n´outra idade Palpável - gozo pleno nunca olvido. Voz meiga, amada, amiga, em mim, cativa Chamando: - venha aqui, meu bem-amado... Voz límpida, alva, leve, livre e altiva Clamando: - venha aqui, amar-me, amado... Voz fina, frágil, franca, fiel e fluida Dizendo: - venha aqui, amor, comigo... No sonho escuto a voz: - eu sou a vida... Penetro a voz e, então, no amor me abrigo. O dia vem, me acorda, estou risonho Mas penso: - amor... por que acordei do sonho? |
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Comunicação e Expressão Pedagogia
•UNAMA
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