Em toda a análise e instrução econômica, a pergunta fundamental é a que determina os preços pagos por produtos vendidos e serviços prestados. E, também, como que o dinheiro proveniente destas atividades econômicas é distribuído. E, ainda, o que determina a parte que caberá aos salários, juros, lucros e, ainda que menos distintamente, a renda pelo uso da terra e de outros objetos fixos e imutáveis empregados na produção. [...] Pode haver, num dado momento qualquer, uma ausência de respostas às perguntas sugeridas pelo fato do pensamento econômico não ter atingido o nível de sofisticação necessário. Ou pode haver uma ausência de respostas porque as próprias perguntas ainda não surgiram. Com ilustres exceções a maioria dos historiadores das ideias econômicas atribuíram à incapacidade de fornecer respostas ao primeiro fator. Mas mais deve ser atribuído ao segundo.
Na época das cidades-estados gregas e do Império Ateniense, e mais tarde na época de Roma, muitos, talvez a maioria, dos problemas mencionados simplesmente não existiam. A atividade econômica básica da Grécia e de Roma era a agricultura; a unidade produtora era o lar; a força de trabalho eram os escravos. A vida intelectual, política, cultural e, em grande medida, doméstica, estava centralizada nas cidades e é sobre estas - Esparta, Corinto, Atenas e mais notavelmente Roma- que se escreveu a história. Mas as cidades de outrora, grandes ou, como era mais comum, muito pequenas (com exceção de Roma e algumas cidades italianas), não eram centros econômicos no sentido em que compreendemos hoje este termo. Havia, de fato, mercados e artesãos, sendo que a maioria destes eram escravos; havia, contudo, pouca atividade industrial de qualquer espécie que pudesse ser reconhecida como tal.
GALBRAITH, J. O pensamento econômico em perspectiva: uma história crítica. Editora Pioneira: Universidade de São Paulo, 1989, p.8.
São numerosas as interligações existentes na sociedade atual que a tornam extremamente elaborada no que se refere à atividade produtiva, distributiva e circulação das diversas mercadorias assim como as prestações de serviços. Nesse sentido fica difícil imaginar como funcionava na antiguidade, o que hoje entendemos por economia. Em um passado remoto a sociedade pouco comercializava, haja vista o consumo de bens (abrigos primitivos, alimentos básicos, uma ou outra bebida, alguns tecidos) era infinitesimal para todos exceto uma diminuta minoria governante. Para esta minoria, o maior consumo era de serviços. Algumas reflexões podem ser extraídas do fragmento no sentido de entender as diferenças entre a economia da era industrial e antes desse processo.
Nesse sentido avalie as afirmações a seguir:
I. O motivo mais importante para o fato das questões éticas serem estudadas no mundo antigo à exclusão das economias foi a existência da escravidão.
II. A atenção à questão dos preços é dada somente na economia moderna, a partir dos custos de produção. Na época do trabalho escravo, não fazia sentido essa reflexão.
III. A ciência econômica, dentro de uma sistematização que lhe é própria, se dá a partir da era industrial do capitalismo e tem em Adam Smith seu marco inicial a partir da obra A Riqueza das Nações.
É correto o que se afirma em:
Alternativas
Alternativa 1:
I, apenas.
Alternativa 2:
III, apenas.
Alternativa 3:
I e II, apenas.
Alternativa 4:
II e III, apenas.
Alternativa 5:
I, II e III.
Os pensadores cristãos da Idade Média, entre eles Santo Tomas de Aquino , discutiram o problema do preço e do lucro, do ponto de vista de se era certo ou pecador obter lucros com a troca de mercadorias.
A sobrevivência temporária além da crise medieval tardia foi prolongada durante o Antigo Regime, no qual surgiram novas escolas de pensamento econômico, como o mercantilismo, que, em alguns casos, manteve alguma continuidade com o pensamento medieval. Outro dos pensadores da época medieval era Nicolás de Oresme, que considerava o comércio benéfico e fonte legal de lucro, mas subordinava-o ao interesse do Estado, dos governantes e da moral. O mesmo aconteceu com a moeda. Ele condenou sua falsificação por lucro.
Ao mesmo tempo, em outros contextos geográficos, sociais, econômicos e culturais, como no Islã medieval, outras formas de pensamento econômico se desenvolveram, com autores notáveis .
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