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Como funciona a teoria da ubiquidade?

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Júnior Hq

– Lugar do crime e Teoria Mista ou da ubiqüidade

Começando da Teoria da atividade ou da ação, que considera lugar do crime o local da ação ou omissão delituosa, desprezando onde houve a ocorrência do resultado finalístico da conduta típica. Já a Teoria do resultado ou do evento, considera lugar do crime onde ocorreu o resultado danoso, ou seja, onde o crime foi consumado, sem se importar com a ação ou a intenção do sujeito ativo. Também existe a Teoria mista ou da ubiquidade que é a reunião da teoria da atividade juntamente a teoria do resultado, sendo considerado lugar do crime tanto o local da conduta delituosa como o local de produção do resultado.

O professor Cezar Roberto Bitencourt ainda destaca a Teoria da intenção, onde o lugar do delito é aquele que de acordo com a intenção do agente deveria ocorrer o resultado, a Teoria do efeito intermédio, onde lugar do crime é aquele em que a energia movimentada pela atuação do agente alcança o bem jurídico relevante, a Teoria da ação a distância, que considera lugar do delito onde foi verificado a ato executivo.

A Teoria mista ou da ubiquidade é adotada pelo Código Penal brasileiro, de acordo com o art. 6º: “Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.”

 Por considerar tanto o local da conduta como o local do resultado, essa teoria consegue solucionar o problema dos crimes à distância e também os conflitos de Direito Penal internacional, fazendo com que o Direito brasileiro tome a frente de questões que apesar de serem começadas ou terminadas em outros países, sejam resolvidas e decididas de acordo com as normas do nosso país.

De acordo com essa teoria, uma pessoa que está em Madri, mas tem a animus novandi (intenção de matar) uma vítima que reside no Brasil. Dessa forma ele envia de Madri uma carta-bomba ao destino, assim ao chegar ao Brasil e a vítima recebe a carta-bomba e ao abri-la detona o seu mecanismo de funcionamento, explodindo a bomba, provocando a morte da vítima. Portanto, mesmo estando em Madri o agente da ação poderá responder pelo seu dolo. Isso se não houver convenções, tratados e regras internacionais que o Brasil deixe de aplicar sua lei penal.

II – Conclusão

Portanto, é possível observar a existência de diversas teorias que tentam precisar o local do crime, como a Teoria da ação, também a teoria do resultado, entre outras. Mas  que realmente é adotada pelo Código Penal brasileiro é a Teoria Mista ou da Ubiquidade que uni as teorias da ação e do resultado.

 

Referências

Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal, volume 1: Parte Geral/ Cezar Roberto Bitencourt – 14 ed. ver., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2009.

Constituição Federativa do Brasil de 1988.

Código Penal brasileiro.

Greco, Rogério. Curso de Direito Penal – Parte Geral/ Rogério Greco – 11. Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009.

Mirabete, Julio Fabbrini. Código Penal Interpretado/ Julio Fabbrini Mirabete – 6 ed. São Paulo: Atlas, 2007.

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Estudante PD

Para definir o tempo do crime  utilizam-se três teorias: a teoria da atividade, teoria do resultado e a teoria da ubiquidade. Na teoria da atividade o tempo do crime vai ser somente o da ação ou omissão. Na teoria do resultado o tempo do crime será apenas o da consumação ou tentativa. Na teoria da ubiquidade o tempo do crime pode ser tanto o da ação ou omissão quanto o do resultado.

O Código Penal vigente adotou a teoria da atividade conforme o artigo 4º do diploma legal disposto abaixo, sendo que, a lei vigente ao tempo da prática da ação ou da omissão deverá ser aplicada ao caso, ressalvada as leis posteriores benéficas ao  réu. 

Tempo do crime

        Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.

A lei penal no espaço está disposta no artigo 6º do Código Penal que dispõe: Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.

Para definir o lugar do crime  utilizam-se três teorias: a teoria da atividade, teoria do resultado e a teoria da ubiquidade adotada pelo Código Penal. Na teoria da atividade o lugar do crime vai ser somente o da ação ou omissão. Na teoria do resultado o lugar do crime será apenas o da consumação ou tentativa. Na teoria da ubiquidade adotada pelo nosso código penal o lugar do crime pode ser tanto o da ação ou omissão quanto o do resultado. 

 

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Carlos Henrique

Teoria da Ubiquidade (ou Mista): é a fusão das duas anteriores. Lugar do crime é tanto aquele em que se produziu (ou deveria ter se produzido) o resultado, bem como onde foi praticada a ação ou omissão.

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