Caso clínico: Homem de 58 anos foi diagnosticado como tendo Imunodeficiência Variável Comum aos 24 anos. Ele foi tratado inicialmente com injeções intramusculares de imunoglobulina e depois passou para imunoglobulina endovenosa (IGIV) em intervalos de três semanas. Esse tratamento foi usado durante vários anos e fez com que ele mantivesse boa saúde. Esse paciente relatou que fumava cerca de 20 cigarros por dia e bebia 1 a ½ garrafas de cerveja por dia.
No início da década de 70, em um exame de rotina, notou-se que suas provas de função hepática estavam anormais. Nesta época, foram relatados casos de suspeita de hepatite infecciosa após o uso da IGIV procedente da Suécia e Espanha. Foi confirmado que todos os pacientes, incluindo este homem, haviam recebido o mesmo lote da IGIV.
Pela reação em cadeia da polimerase (PCR), este paciente mostrou-se positivo para o RNA do HCV, sendo detectado a presença do genótipo 1 do HCV por genotipagem em sangue total. Todavia, diferentemente da maioria dos casos, sua doença hepática comportou-se de modo extremamente agressivo durante um período de 10 meses, com cinco episódios de explosões de hepatite aguda sintomática severa, nos quais os níveis de ALT (TGP) subiram para 850 U/L (VR: homem: até 41 U/L). Este paciente foi tratado com injeções subcutâneas de IFN-a a cada 3 semanas, durante 6 meses.
Entretanto, o PCR quantitativo para o HCV mostrou resposta inadequada ao tratamento e suas provas de função hepática continuaram a flutuar. A seguir, ele passou a receber uma terapia de combinação de IFNa/ribavirina por um período adicional de 4 meses, mas seus sintomas persistiram, ele perdeu 24 quilos de peso e suas biópsias hepáticas mostraram uma progressão da hepatite que era leve no início do diagnóstico, para uma hepatite crônica severa e próxima da cirrose dentro de 2 anos.
Após uma discussão sobre o caso, a equipe médica responsável encaminhou o paciente para receber um transplante de fígado. Devido à urgência do caso, o paciente recebeu um fígado ortóptico de cadáver após 2 meses. O paciente teve uma boa recuperação pós-operatória. Para reduzir o risco de replicação viral, ele passou a receber uma imunossupressão mínima e foi reiniciado o tratamento com IFN-a/ribavirina. Desta terapia, o paciente manifestou muitos efeitos colaterais, porém melhorou lentamente. As biópsias póstransplante mostraram hepatite leve e, 3 anos após o transplante, estava clinicamente bem, recuperou 11 kg de peso e retornou ao trabalho. Pergunta-se:
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