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ED - Ética curso de nutrição

Paciente de 71 anos, com hipertensão arterial, com dois episódios de acidente vascular encefálico, prostrado no leito, com seqüelas graves, sem se comunicar, desorientado e com presença de escara (morte dos tecidos provocada por pressão local permanente e apresenta dor local). Começou a apresentar dificuldades em se alimentar por via oral, perdendo peso progressivamente. Houve prescrição de dieta enteral ("alimento para fins especiais, elaborada para uso por sondas ou via oral), conforme as necessidades nutricionais, com o custo financeiro maior que a dieta oferecida anteriormente, por um período de 30dias. A evolução não foi satisfatória, apresentando piora progressiva do quadro clínico geral, piora das escaras, tornando-se totalmente dependente e sem contactuar, sem perspectiva de melhora. Iniciaram-se cuidados paliativos, visando apenas à qualidade de vida e conforto até os momentos finais.

Devido a impossibilidade de comunicação e desorientação do paciente a discussão do estado clínico do paciente e prognóstico foi discutida com a família, que decidiu a não continuidade com a dieta enteral proposta, principalmente devido ao custo econômico. A decisão da família foi respeitada, iniciando-se uma nova prescrição de dieta enteral, menos específica, apesar de não suprir as necessidades nutricionais totais do paciente, porém compatível a vida. Passada aproximadamente duas semanas, o paciente foi a óbito.

 

Para a abordagem de conflitos morais e dilemas éticos na saúde, a Bioética se sustenta em quatro princípios: beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça. Estes princípios devem nortear as discussões, decisões e procedimentos adotados pelos profissionais da saúde. Com base nestes principio avalie as situações apresentadas pelo caso:

 

  1. O princípio da beneficência e não maleficência não foram respeitados pelos profissionais de saúde ao detectarem não haver perspectiva de melhora e pautarem como objetivo de conduta a qualidade de vida e não a cura do paciente.
  2. As informações da evolução clínica e prognóstico do paciente, além da relação do custo financeiro, benefícios e risco da dieta enteral adotada proporcionou aos membros da família a capacidade de decisão compartilhada, com os profissionais de saúde, sobre a melhor opção de terapia nutricional a ser adotada no caso, respeitando a autonomia do paciente e da família.
  3. Segundo os preceitos da bioética a autonomia do paciente deve ser respeitada, a não ser quando a beneficência se torna prioritária em relação a autonomia.
  4. A prescrição de uma dieta enteral conforme as necessidades nutricionais do paciente e com o custo financeiro maior que a dieta oferecida anteriormente, apesar da não perspectiva de melhora do paciente é regida pelo principio da justiça que refere à obrigação de tratar cada pessoa de acordo com o que é moralmente certo e adequado, de dar a cada pessoa o que lhe é devido, independente da sua raça, cor, religião, cultura, política, condição sócio-econômica, etc.
  5. A nova conduta nutricional de uma dieta enteral menos específica não cumpre os princípios de beneficência e não maleficência, mesmo que faça parte de um conjunto de cuidados paliativos.

    Paciente de 71 anos, com hipertensão arterial, com dois episódios de acidente vascular encefálico, prostrado no leito, com seqüelas graves, sem se comunicar, desorientado e com presença de escara (morte dos tecidos provocada por pressão local permanente e apresenta dor local). Começou a apresentar dificuldades em se alimentar por via oral, perdendo peso progressivamente. Houve prescrição de dieta enteral ("alimento para fins especiais, elaborada para uso por sondas ou via oral), conforme as necessidades nutricionais, com o custo financeiro maior que a dieta oferecida anteriormente, por um período de 30dias. A evolução não foi satisfatória, apresentando piora progressiva do quadro clínico geral, piora das escaras, tornando-se totalmente dependente e sem contactuar, sem perspectiva de melhora. Iniciaram-se cuidados paliativos, visando apenas à qualidade de vida e conforto até os momentos finais.

    Devido a impossibilidade de comunicação e desorientação do paciente a discussão do estado clínico do paciente e prognóstico foi discutida com a família, que decidiu a não continuidade com a dieta enteral proposta, principalmente devido ao custo econômico. A decisão da família foi respeitada, iniciando-se uma nova prescrição de dieta enteral, menos específica, apesar de não suprir as necessidades nutricionais totais do paciente, porém compatível a vida. Passada aproximadamente duas semanas, o paciente foi a óbito.

     

    Para a abordagem de conflitos morais e dilemas éticos na saúde, a Bioética se sustenta em quatro princípios: beneficência, não-maleficência, autonomia e justiça. Estes princípios devem nortear as discussões, decisões e procedimentos adotados pelos profissionais da saúde. Com base nestes principio avalie as situações apresentadas pelo caso:

     

  6. O princípio da beneficência e não maleficência não foram respeitados pelos profissionais de saúde ao detectarem não haver perspectiva de melhora e pautarem como objetivo de conduta a qualidade de vida e não a cura do paciente.
  7. As informações da evolução clínica e prognóstico do paciente, além da relação do custo financeiro, benefícios e risco da dieta enteral adotada proporcionou aos membros da família a capacidade de decisão compartilhada, com os profissionais de saúde, sobre a melhor opção de terapia nutricional a ser adotada no caso, respeitando a autonomia do paciente e da família.
  8. Segundo os preceitos da bioética a autonomia do paciente deve ser respeitada, a não ser quando a beneficência se torna prioritária em relação a autonomia.
  9. A prescrição de uma dieta enteral conforme as necessidades nutricionais do paciente e com o custo financeiro maior que a dieta oferecida anteriormente, apesar da não perspectiva de melhora do paciente é regida pelo principio da justiça que refere à obrigação de tratar cada pessoa de acordo com o que é moralmente certo e adequado, de dar a cada pessoa o que lhe é devido, independente da sua raça, cor, religião, cultura, política, condição sócio-econômica, etc.
  10. A nova conduta nutricional de uma dieta enteral menos específica não cumpre os princípios de beneficência e não maleficência, mesmo que faça parte de um conjunto de cuidados paliativos.

💡 3 Respostas

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Jesus Cristian

Estão corretos:

1) O princípio da beneficência e não maleficência não foram respeitados pelos profissionais de saúde ao detectarem não haver perspectiva de melhora e pautarem como objetivo de conduta a qualidade de vida e não a cura do paciente.

5) A nova conduta nutricional de uma dieta enteral menos específica não cumpre os princípios de beneficência e não maleficência, mesmo que faça parte de um conjunto de cuidados paliativos.

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Natalia Silva Loiacone

Porque 1 5
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Ana Karina Teixeira

Devido a impossibilidade de comunicação e desorientação do paciente a discussão do estado clínico do paciente e prognóstico foi discutida com a família, que decidiu a não continuidade com a dieta enteral proposta, principalmente devido ao custo econômico. A decisão da família foi respeitada, iniciando-se uma nova prescrição de dieta enteral, menos específica, apesar de não suprir as necessidades nutricionais totais do paciente, porém compatível a vida. Passada aproximadamente duas semanas, o paciente foi a óbito.

 

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