Sandra ajuizou ação contra Jorge, para obtenção de tutela do adimplemento de obrigação de pagar quantia, com base em um contrato de compra e venda de um automóvel. Seu pedido foi julgado procedente, proferindo o juiz sentença condenatória para pagamento da soma em dinheiro. Ocorre que não houve cumprimento voluntário por parte de Jorge, iniciando-se então a fase executiva nos termos do art. 523 do CPC. Após diversas diligências infrutíferas para expropriação e satisfação do crédito, o juiz lançou mão de meios coercitivos para que houvesse o cumprimento da obrigação. Você, defensor de Jorge, teria fundamento para afastar o emprego de tais medidas coercitivas para efetivação de prestação pecuniária?
Quando se pensa em “caso concreto”, e assim em particularidades insuscetíveis de previsão, há que se tomar em conta uma técnica de ordem da legislação que não defina, em abstrato, o instrumento processual que deve ser utilizado, mas sim aquilo que pode ser usado conforme as necessidades do caso concreto.
Sendo assim, o legislador pode dar à parte ou ao magistrado o poder de adotar, entre várias, a técnica processual que reputar adequada às suas necessidades, ou ainda o poder de utilizar técnica processual que dependa da demonstração de determinada circunstância capaz de ocorrer no caso concreto. O legislador assim procede quando edita regras processuais abertas, ou melhor, regras processuais que expressamente afirmam a possibilidade de individualização de técnica processual ou regras processuais que se valem de conceitos carentes de preenchimento no caso concreto, deferindo a oportunidade de utilização da técnica processual desde que presente determinado pressuposto.
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Direito Processual Penal I
•PUC-CAMPINAS
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